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Uma jornada de conversão

Portas Abertas • 07 ago 2014

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Muitas pessoas desconhecem o fato de existirem mais de vinte milhões de muçulmanos na China. Fátima*, por exemplo, nasceu e foi criada na família Hui, um grupo étnico predominantemente muçulmano da China, com mais de 10 milhões de pessoas.


A jornada de conversão de Fátima teve início quando ela trabalhava como gerente em uma empresa. Com a ambição de ser promovida, ela contratou Jane* para ser sua professora de inglês. Logo tornaram-se boas amigas. Jane é pastora e muitas vezes convidou Fátima para ir à igreja, mas a muçulmana educadamente recusava e relembrava Jane de que ela pertencia à família Hui (portanto, muçulmana). Contudo, um dia Fátima aceitou o convite porque Jane iria pregar. Fátima sentou-se ao lado da mãe de Jane.


Ao final do culto, Jane convidou as pessoas para irem até o altar e, para a surpresa de Fátima, ninguém foi, o que a fez pensar: “”Por que ninguém foi?”” Jane tinha feito um ótimo trabalho pregando o Evangelho. A mãe de Jane então virou-se para ela e perguntou: “”Você não gostaria de ir até lá?”” Então, essa mãe segurou a mão de Fátima e caminhou com ela até o altar. Muitos a seguiram. “”Eu realmente não acreditava em Jesus””, relembra, sorrindo. “”Eu só quis ser educada””.


Jane continuou a compartilhar de Jesus e a ler a Bíblia com Fátima, que aos poucos experimentava um crescimento espiritual. Um dia, aceitou Jesus em seu coração e passou a sentir uma profunda e inexplicável alegria. Durante a noite, teve uma visão com sete homens que serviam ao Senhor, exatamente como descrito em Atos 6. Ela imediatamente orou a Deus, pedindo entendimento sobre a visão. Então ouviu uma voz dizendo a ela que se tornasse uma serva de Jesus. “”Não sabia o que fazer, mas não conseguia dormir, então esperei até às seis horas da manhã para compartilhar com Jane minha experiência e ter certeza, então, do chamado que foi feito””.


“”Eu compreendi que, obedecendo àquela voz, eu iria pagar um preço muito alto””, relembra Fátima. “”Mas senti paz em meu coração e sabia que segui-Lo era a coisa certa a fazer.””


Fátima saiu do emprego e foi para o seminário. Sua renda mensal caiu significativamente. O próximo sacrifício que sua fé lhe impunha seria muito mais pesado.


Era chegado o tempo de contar aos seus pais que ela vinha estudando a Bíblia em secreto e que também ia à igreja fazia muitos meses. No caminho de volta para casa, ela tentava imaginar as possíveis reações de seus pais. “”Aquilo tudo era tão assustador e eu sabia que eles ficariam arrasados. Perdê-los era, de fato, uma grande possibilidade.””


Fátima sabia do grande amor que o pai sentia por ela. Ele a mataria? Provavelmente não, afinal ela era a “”menina dos olhos dele””. Quando contou ao pai, nunca havia visto tamanha raiva nele. “”Ele gritou comigo e disse que não tinha mais filha. Minha mãe me deu um tapa no rosto, e ela nunca havia me batido. Ela me expulsou de casa aos berros, dizendo que nunca mais voltasse””.


Bateram a porta e Fátima, então, rompeu em lágrimas, implorando a eles que a deixassem entrar em casa. Nada adiantou e ela não tinha alternativa a não ser ir para a casa de Jane, onde ela sabia que seria bem-vinda. Antes mesmo de isso tudo acontecer, Jane dissera a Fátima que lhe daria abrigo, se ela fosse expulsa de casa. Fátima não conseguia controlar as lágrimas enquanto ia, de ônibus, para a casa da amiga.

Fátima tentou telefonar para seu pai algumas vezes, mas, ao reconhecer a voz da filha, ele desligava o telefone. Um dia, soube que seu pai estava doente. Foi imediatamente ao hospital, mas quando entrou no quarto seu pai virou o rosto em outra direção.


Fátima chorou muito e o chamou de ‘papai’, como fazia há muitos anos. Sua mãe a expulsou do quarto e disse que a doença dele era um castigo de Alá por causa da desobediência da filha. Ela não desistiu. Retornou ao hospital no dia seguinte, mas também não conseguiu ver o pai. Ela retornou no dia seguinte e no outro e no outro, demonstrando, assim, sua bondade e amor.


Certo dia, finalmente, ele olhou para ela durante um longo tempo, em silêncio. E, no outro dia, conversou com ela. “”A mãe de Fátima disse: ‘Eu não sei em que você acredita, mas agora sei que é algo bom””. O pai de Fátima converteu-se a Jesus momentos antes de morrer. Como ele era muito conhecido na comunidade muçulmana, muitos irmãos compareceram ao funeral. Fátima perguntou a um deles se o pai dela iria para o céu e não obteve resposta. Então, afirmou: “”Eu sei onde ele está agora: ao lado do Senhor Jesus””, afirmou com lágrimas nos olhos.


Após a morte do pai, a mãe de Fátima também entregou a vida a Jesus. Ela ainda é uma cristã secreta. No início de sua conversão não ia à igreja nem deixava ninguém saber que tinha se convertido. Atualmente, é a melhor amiga de Fátima e ambas frequentam uma igreja aos domingos.


“”Sou muito grata por ter sido chamada pelo Senhor para servi-Lo””, conta Fátima, com um brilho nos olhos. Ela continua zelosa ao compartilhar o Evangelho e no serviço a outros cristãos. Ela dirige uma igreja com 200 membros e é um exemplo de como Deus age entre os muçulmanos na China.


* Os nomes foram alterados por motivo de segurança.