Portas Abertas • 08 nov 2019
O Checkpoint Charlie foi um dos pontos de passagem mais conhecido entre a Alemanha Ocidental e Oriental no muro de Berlim durante a Guerra Fria
O muro de Berlim surgiu em 13 de agosto de 1961. O fundador da Portas Abertas, Irmão André, foi um dos primeiros a passar pelo Checkpoint Charlie, um dos pontos de passagem mais conhecido no muro de Berlim entre a Alemanha Ocidental e Oriental utilizados na Guerra Fria. Ele teve memórias vívidas do impacto do muro: “O fluxo de refugiados sob as regras comunistas foi impedido durante a noite. Não havia saída, ninguém podia escapar. O resultado foi uma onda de suicídios porque eles perderam a esperança”, contou Irmão André.
O regime tinha como base um controle rígido. A igreja era isolada e ameaçada. Johan Companjen, colega do irmão André, explica: “Na época, os comunistas não toleravam cristãos de maneira nenhuma. Os cristãos se sentiam completamente abandonados”. Mas apesar das ameaças, detenções e prisões, uma memória constante do Irmão André é que a igreja mostrou força.
A origem da Portas Abertas veio da determinação do Irmão André em fazer sua parte no fortalecimento da Igreja Perseguida. Ele começou um fluxo de visitas, levando Bíblias por meio dos pontos de acesso, sempre orando para que os olhos dos guardas não vissem seus carregamentos. Centenas de milhares de Bíblias foram entregues. Sua convicção era que cristãos sob esse tipo de pressão precisam de encorajamento e fortalecimento, que podem ser encontrados na palavra de Deus.
Em 1982, a Portas Abertas decidiu priorizar o trabalho na União Soviética, focando dois projetos principais: alcançar os 10 milhões de cristãos russos ortodoxos que não tinham Bíblias e fortalecer as igrejas em repúblicas islâmicas da União Soviética, dando a eles meios para alcançarem os vizinhos muçulmanos. Além disso, paralelamente, ocorria uma campanha de oração, que durou sete anos. A Igreja Nikolai, em Lípsia, na Alemanha Oriental, orou por paz toda segunda-feira, desde 1982. De apenas alguns, os números cresceram, e os encontros de oração se tornaram o foco para pessoas que desejavam mudança. Em outubro de 1989, cerca de 70 mil pessoas se reuniram do lado de fora da igreja.
Lentamente, as coisas começaram a acontecer e o impacto foi visto no mundo político e na Portas Abertas. A partir de 1987, muitos prisioneiros religiosos foram soltos dos campos de trabalho e de celas das prisões. Em 1985, havia 340 cristãos presos, em março de 1990, apenas 17. Em 1988, a economia soviética entrava em crise. O presidente Gorbachev, buscando apoio para um programa de reestruturação, prometeu que os cristãos seriam reconhecidos e as igrejas começaram a ser reabertas.
Irmão André na entrega de uma dentre um milhão de Bíblias na Rússia
No mesmo ano, as regulações postais mudaram, permitindo que dezenas de milhares de Novos Testamentos fossem enviados aos cristãos e igrejas por toda a União Soviética. O Irmão André aproveitou a abertura para firmar um acordo: no ano da celebração de mil anos da Igreja Ortodoxa Russa, a Portas Abertas iria presenteá-los com 1 milhão de Novos Testamentos.
Então, em novembro de 1989, ficou claro que a mudança abrangia todo o bloco comunista. A queda do muro de Berlim foi um sinal de que as coisas não seriam mais as mesmas. Um membro da equipe da Portas Abertas relembra aquele dia: “Meu colega e eu entramos no carro e dirigimos até Berlim para sermos parte dessa ocasião histórica. Que alegria! Que resposta de oração!”.
Confira abaixo uma linha do tempo que apresenta os principais eventos desde a construção do muro de Berlim até sua queda.
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