1. Cristãos mortos
O simples fato de ser cristão já é motivo suficiente para que nossos irmãos e irmãs percam suas vidas. No período de pesquisa da LMP 2024*, 4.998 cristãos foram mortos por amarem e seguirem a Cristo. Houve uma queda de 11% quando comparado aos números da LMP 2023 devido a menor quantidade de cristãos mortos na Nigéria. Isso se deu principalmente por conta do período eleitoral no país, mas infelizmente os insurgentes já elevaram o índice de violência ao nível de antes das eleições.
Mesmo com a queda, a Nigéria ainda foi responsável por 82% das execuções, chegando ao total de 4.118 cristãos mortos. Outros países do continente africano também contribuíram para o número total de cristãos assassinados. Dentre os dez países que mais mataram cristãos, seis são africanos: República Democrática do Congo, Uganda, Burkina Faso, Camarões e República Centro-Africana, além da Nigéria.
2. Igrejas e outras propriedades públicas cristãs atacadas
Esse tipo de ataque aumentou drasticamente, subindo quase 600% em comparação com a LMP 2023. O total passou de 2.110 na LMP 2023 para 14.766 na LMP 2024. Relatórios mostram um disparo no número de igrejas atacadas quando comparado ao ano anterior. A principal influência para isso foram os números de China, Índia, Nigéria, Nicarágua e Etiópia.
De acordo com as estimativas, a China continua sendo o país onde mais igrejas e instituições cristãs foram afetadas, com um total de 10 mil, 68% do total registrado. A Índia ocupa o 2º lugar, seguida por Nigéria, Nicarágua, Etiópia, Ruanda, Sudão, Burkina Faso, Níger e Angola, todos com ao menos 100 igrejas afetadas. Como o acesso a dados precisos é difícil nesses países, a equipe de pesquisa da Portas Abertas estima valores arredondados, com base em casos confirmados. Porém, a realidade é que provavelmente os números são maiores.
O ataque a igrejas ocorre em diferentes níveis. Entre os imóveis classificados estão templos e prédios administrados por igrejas, como escolas, seminários e hospitais. Nessa categoria, se enquadram edifícios atacados, danificados, bombardeados, saqueados, destruídos, incendiados, fechados ou confiscados por motivos relacionados à fé. Por trás dos números de prédios atacados estão o medo e a insegurança de muitas comunidades cristãs que utilizam os locais. Tais ataques podem levar até mesmo ao fim dessas comunidades, mesmo que os cristãos não sejam deslocados de forma forçada.
3. Cristãos presos, condenados ou detidos sem julgamento
A quantidade de cristãos presos, condenados ou detidos sem julgamento por crerem em Jesus na LMP 2024 foi de 4.125, 9,2% menor do que na pesquisa anterior. O número de prisões aumentou de 3.154 para 3.329, mas o de condenações diminuiu de 1.388 para 796.
A Índia é o país onde mais cristãos foram detidos sem julgamento por causa da fé em Jesus. Foram 2.085 prisões, chegando a 62,6 % dos casos. Em seguida vem a Eritreia, com 300 prisões e outros cinco países que tiveram ao menos 50 prisões no período da pesquisa.
Com relação a outros tipos de condenação relacionadas à fé, como envio para campos de trabalho forçado, a Índia também lidera o ranking, com 247 casos. Ela é seguida por um país com nome oculto por motivos de segurança, Eritreia, Paquistão e China, todos com estimativa de 100 condenações cada.
4. Cristãos sequestrados
O total de cristãos sequestrados por motivos relacionados à fé diminuiu em 25,7%, de 5.259 para 3.906 casos na LMP 2024. Os raptos são uma forma de amedrontar a comunidade cristã, conseguir dinheiro com os resgates e silenciar líderes cristãos.
Como no tópico sobre a morte de cristãos, a diminuição é unicamente por conta do número mais baixo de sequestros na Nigéria, por causa do período eleitoral. Mesmo assim, o país lidera os dados com 84,5% dos casos, onde 3.300 cristãos foram sequestrados. Os três países que o sucedem são Paquistão, República Centro-Africana e República Democrática do Congo, cada um com estimativa de ao menos 100 raptos de cristãos. Os dados incluem cristãos desaparecidos no contexto de perseguição.
5. Cristãos vítimas de violência sexual e casamento forçado
Entre as diversas maneiras de punir cristãos por sua crença em Jesus, principalmente convertidos da religião majoritária, estão a violência sexual e o casamento forçado com não cristãos. Nesses casos, as principais vítimas são meninas e mulheres.
O número de casos de cristãos vítimas de violência sexual por causa da fé aumentou de 2.126 na LMP 2023 para 2.622 na LMP 2024. Ter dados exatos é especialmente difícil devido a traumas e tabus culturais. As vítimas optam em manter segredo como garantia de que serão respeitadas por sua comunidade. O mesmo acontece quanto aos dados de casamento forçado de cristãs com não cristãos. Nesse caso, o número diminuiu de 717 para 609.
A maioria dos casos de violência e abuso sexual ocorreram na Nigéria, onde a estimativa é que ao menos 1.000 cristãs tenham enfrentado esse tipo de violência. Os outros nove países que a sucedem em número de abuso sexual são Síria, um país com nome oculto por motivos de segurança, Paquistão, Arábia Saudita, Mianmar, Burkina Faso, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Camarões, com cerca de 100 casos registrados em cada. Com relação ao número de cristãs forçadas a se casar com não cristãos, o Paquistão lidera esse tipo de violência, seguido por outros dois países cuja estimativa de ocorrências é a mesma: República Democrática do Congo e um país com nome oculto por motivos de segurança. Apenas nos três ocorreram cerca de 300 casamentos forçados.
6. Cristãos abusados física e psicologicamente
Nem sempre a violência destinada a cristãos termina em morte — uma grande quantidade de cristãos é abusada física e psicologicamente. Na LMP 2024, o número aumentou em 45,7%, passando de 29.411 na LMP 2023 para 42.849 casos. Esses números se referem a abusos físicos ou psicológicos motivados pela fé, incluindo espancamentos e ameaças de morte.
Esse tipo de violência ocorreu em um total de 75 países (incluindo os 50 países da LMP e os países da LPO), pois é o tipo de violência mais comum em países onde há perseguição. Em algumas nações, a proporção é pequena, pois 91% dos casos ocorreram apenas nos 12 primeiros colocados.
Nigéria, Paquistão e Índia estão empatados com uma estimativa de 10 mil casos desse tipo de violência cada um. Já um país com nome oculto (por motivos de segurança), Eritreia, Mali, Mianmar, Bangladesh, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda e Uganda acumulam outros 9 mil casos.
7. Ataques a casas e negócios de cristãos
Não são apenas os ataques diretos a cristãos que a violência engloba. Muitas casas, propriedades e negócios de cristãos são destruídos apenas por seus donos serem seguidores de Jesus. Isso ocorre como um meio de atingir a vida dos seguidores de Jesus, porque dessa forma eles são pressionados a se converter à religião principal do país ou a deixar a comunidade.
Segundo a pesquisa da LMP 2024, 21.431 casas e propriedades de cristãos foram atacadas, o que equivale a um aumento de 350%. Já o número de lojas e negócios atacados porque pertenciam a cristãos passou de 2.210 para 5.740. Os registros envolvem danificação, bombardeios, saques, destruição, incêndios criminosos e confiscos motivados por questões religiosas, totalizando 27.171 incidentes.
Nigéria, Índia, Paquistão, Mianmar, República Centro-Africana e República Democrática do Congo reúnem quase 20 mil casos de ataques a propriedades de cristãos, um total de 92,7% deles. E em 37 países foram registradas ao menos dez casas atacadas. Quanto às lojas e aos negócios de cristãos, a maioria dos ataques ocorreu na Índia, que concentrou 27,4% dos casos. Outros 52,3% ocorreram em apenas três países: Nigéria, Burkina Faso e República Centro-Africana.
8. Cristãos forçados a fugir de casa ou do país
O número total de cristãos deslocados internamente e refugiados é de 295.120. São 60 países que fazem parte da lista onde cristãos foram forçados a fugir de casa ou do país. Em 22 dessas nações, ao menos 100 cristãos foram obrigados a se tornarem deslocados internos.
Por causa da violência, e também da pressão, o número de cristãos forçados a fugir de casa ou que se tornaram deslocados internos por questões religiosas foi de 278.716, o que representa um aumento de mais de 120%.
Nigéria e Mianmar lideram essa categoria, cada um com uma estimativa de 100 mil casos, o que juntos representa mais de 70% do total. Índia, Burkina Faso, Paquistão, um país com nome oculto por motivos de segurança, Mali, Bangladesh, Níger, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Camarões reúnem mais de 77 mil casos.
Em alguns casos, os cristãos não têm outra escolha a não ser deixar o país por causa da perseguição. O número de refugiados também foi recorde, com 16.404 cristãos que saíram do país por causa da perseguição intensa, um aumento de quase 10% com relação ao ano anterior. Mianmar também lidera, com 61% dos casos. Os outros cinco primeiros países somam 30,5% dos refugiados. Eles são Nigéria, Irã, um país com nome oculto por motivos de segurança, Bangladesh e República Democrática do Congo.
*O período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2024 foi de 1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023.
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