Porque apoiar a Igreja Perseguida é participar do esforço missionário mundial.
Todos sabem que o esforço missionário se faz de perto e de longe. Quer dizer, a conversão ao evangelho é resultado do evangelismo pessoal, da pregação pública e da presença em países distantes. O Espírito Santo alcança pessoas através da manifestação de Cristo pelos cristãos e isso se dá de maneiras variadas, sem uma receita única.
Desde sempre, têm-se conhecido inúmeros movimentos que visam completar a "grande comissão" de Mateus 28. Mais recentemente, ao aproximar-se o ano 2000, esta tendência se acentuou e havia um objetivo, compartilhado por muitas lideranças, de completar a tarefa antes da entrada no novo milênio, fosse pela mera motivação de concluir o trabalho, fosse por alguma interpretação apocalíptica do ano 2000.
Nesse sentido, muito se tem trabalhado para prepararem-se missionários, para conseguirem-se vistos, para montarem-se estratégias não convencionais, como "fazedores de tendas", para fortalecerem-se os departamentos e as juntas missionárias das denominações.
Tudo isso é altamente positivo e merece a intercessão e o apoio de todos os que prezam o crescimento do Reino. Ao mesmo tempo, há um outro aspecto que precisa ainda ser melhor aproveitado no esforço missionário mundial.
Há um contexto em que pode-se trabalhar muito pelo evangelismo sem muito deslocamento de pessoas e sem muito preparo para atuação trans-cultural, simplesmente apoiando os cristãos locais que estão fortemente empenhados no evangelismo de seus patrícios.
Um contexto em que os agentes principais já dominam a cultura e o idioma, já estão no local de evangelismo e, mais importante de tudo, estão prontos para pagar o preço de falar do Evangelho onde pregar é proibido.
Claro, está-se falando da Igreja Perseguida. Eles não são missionários num sentido estrito pois, segundo o reverendo John Stott, fazer missões implica enviar**. Mesmo assim eles são evangelistas e estão atuando. Na Coréia do Norte, na Arábia Saudita, no Vietnã, no Laos e nos outros países da "Classificação dos Países por Perseguição", nos dias atuais não haveria crescimento do evangelho se não fosse pela disposição dos irmãos perseguidos de viver Cristo, de manifestá-Lo e de oferecê-Lo a outros.
Sem dúvida, no passado, houve missionários que levaram a Palavra a estes lugares, mas, já há muito tempo, os missionários foram expurgados destes países e, hoje, o ministério de evangelismo está entregue aos remanescentes.
Estes irmãos têm condições naturais de se fazerem instrumentos da obra e, mesmo assim, faltam-lhes muitas vezes, elementos essenciais como Bíblias e literatura de discipulado. Mas, mais do que recursos materiais, para terem plenas condições, faltam-lhes duas coisas vitais: intercessão e solidariedade.
Em uma palavra, falta-lhes apoio. Apoio de seus irmãos que vivem fora destas áreas restritas e que, humanamente, não a única fonte de onde podem esperar ajuda.
22 de maio de 2005, Domingo da Igreja Perseguida: porque apoiar a Igreja Perseguida é participar do esforço missionário mundial.
Douglas Monaco - Secretário Geral Portas Abertas Brasil
*Conforme promessa feita em "Um dia para marcar a história de sua igreja", entre 12 de abril e 10 de maio, este espaço discutirá cinco motivos para participar do Domingo da Igreja Perseguida. Hoje o tema é "Porque é parte do esforço missionário". Na semana que vem, o tema será "Porque são nossos irmãos".
**A Missão da Igreja no Mundo de Hoje, ABU Editora, São Paulo 1989
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