Portas Abertas • 17 set 2020
Cristãos soltos foram obrigados a prometer que não se envolveriam em atividades religiosas na Eritreia
Nos dias 4 e 8 de setembro, 27 cristãos foram libertos da prisão de Mai Serwa, próxima à capital Asmara, Eritreia. Os 19 homens e oito mulheres deixaram o local após pagamento de fiança e assinatura de documentos, em que prometiam não promover atividades religiosas. Apesar de alguns relatórios justificarem a soltura como medida para conter a propagação da COVID-19, a Portas Abertas não tem informações que comprovem o fato.
De acordo com fontes locais, há centenas de cristãos detidos por causa da fé em Jesus, alguns ficam anos presos, outros cumprem penas mais curtas. Porém, é difícil determinar a quantidade exata já que não existem estatísticas oficiais sobre o assunto. “O ciclo de prisão e soltura não é nada novo”, disse um porta-voz da Portas Abertas sobre a libertação dos cristãos. “Mas o que torna isso incomum é o fato de que os cristãos estavam presos há muito tempo”, explica.
A declaração, que os cristãos foram obrigados a assinar negando um futuro envolvimento em atividades religiosas, também estava condicionada à entrega de propriedades ao governo. Após a libertação, a maioria dos seguidores de Jesus foi obrigada a prestar serviços ao país, requisito obrigatório a todos os cidadãos. De acordo com fontes locais, as condições desses trabalhos são insalubres e os salários insuficientes para cobrir as despesas básicas, como alimentação e moradia. Essa obrigatoriedade de trabalhar para o Estado é uma das causas dos eritreus fugirem do país.
Desde 2002, a Eritreia tem uma lei que permite a existência apenas de igrejas ortodoxas, católicas e evangélicas luteranas. Outras denominações não têm autorização para atuar abertamente. A paranoia ditatorial, opressão islâmica, corrupção e crime organizado também são outras fontes de perseguição que colocaram o país em 6º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2020.
Pedidos de oração
© 2024 Todos os direitos reservados