Portas Abertas • 30 abr 2020
Mesmo com a opressão islâmica, cristãos na Península Arábica fazem do Ramadã um tempo especial de oração e evangelismo
Os cristãos em toda a Península Arábica costumam se reunir para orar e adorar a Jesus durante o período do Ramadã. Para muitos cristãos, o mês muçulmano de jejum é também um momento especial de oração e compartilhamento do evangelho com a vizinhança. No entanto, sabemos que até mesmo nas cidades sagradas do islamismo, Meca e Medina, as restrições impostas para prevenir o contágio pelo coronavírus têm afetado os rituais islâmicos.
Alguns irmãos que vivem no Catar, Kuwait e Omã compartilharam com nossa equipe sobre suas experiências durante essa época. Eles foram questionados sobre a existência de uma pressão religiosa maior nesse período, mas disseram que isso não ocorreu com eles.
Um cristão estrangeiro que vive e trabalha no Catar explicou que a jornada de trabalho é menor por conta das comemorações. “A maioria das pessoas só trabalha das 8h às 14h e pode tirar o restante do dia para descansar, sendo assim, temos mais tempo para organizar os cultos e fazemos reuniões extras. Pelo contrário, o Ramadã tem sido um tempo de bênção para nós, quando temos oportunidade de evangelizar”, disse. Mas eles devem ser cautelosos para não comer ou beber em público: “Se fizermos isso, até mesmo no carro, podemos ser presos por três dias ou pagar multa, mas somos avisados sobre as penalidades com bastante antecedência”.
Em Omã, comer ou beber durante o jejum também pode levar à prisão, mas somente até o fim do Ramadã. No país, “muitos tentam ler o Alcorão completo durante o mês do jejum, outros tentam copiar o maior número de versos manualmente, na tentativa de agradar a Alá, outros oram incessantemente, porque acreditam que uma oração feita na mesquita durante o Ramadã é mil vezes mais valiosa do que uma oração em dia comum”, relatou um trabalhador cristão em Omã.
Ele contou que costumava organizar uma reunião de oração na noite do poder, que é a 27ª noite do Ramadã. Segundo ele, os muçulmanos acreditam que Alá é mais misericordioso e tolerante nessa noite. Outro trabalhador cristão relatou: “Nós reuníamos tantos cristãos quanto podíamos durante essa noite e orávamos para que os muçulmanos vejam a verdade e recebam visões e sonhos com Jesus. Todos os anos, ouvimos testemunhos disso acontecendo. Eles veem Jesus vestido com roupas brancas”.
Ele prossegue afirmando que a celebração do fim do Ramadã também é uma oportunidade de entrar em contato com os amigos muçulmanos, pois eles convidam os amigos para celebrarem juntos a chamada Aid al-ftur (festa do desjejum). “É uma grande oportunidade que temos para compartilhar o amor de Deus, então enviamos cartões de felicitações aos nossos amigos com passagens bíblicas em árabe, falando sobre o sacrifício de Cristo”, concluiu o trabalhador, que também é líder cristão no país.
No Kuwait, os cristãos costumam organizar atividades extras durante o Ramadã. “Organizamos reuniões de oração todos os dias”, diz o pastor de uma igreja de migrantes no Kuwait. Durante os últimos dias do Ramadã, esse pastor costumava levar grupos de cristãos ao redor do pequeno país em carros para orar em todas as províncias. "Também dirigimos para as fronteiras da Arábia Saudita e do Iraque e proclamamos o nome e a proteção de Deus sobre esses países", explica.
Supomos que essas atividades costumeiras durante o Ramadã terão de ganhar um novo formato em 2020, devido à pandemia de COVID-19. No entanto, sabemos que não há barreiras que possam impedir nossas orações. Talvez não juntos fisicamente, mas é certo que nossos irmãos da Península Arábica continuam se empenhando para fazer a diferença durante o Ramadã.
No mês sagrado para os muçulmanos, enquanto eles oram a Alá, nós oramos por eles. Convidamos você a se unir aos nossos irmãos perseguidos que vivem em contexto islâmico, orando por eles e para que muitos muçulmanos sejam alcançados pela verdade do evangelho neste tempo. Junte-se a nós em 1 mês de oração no Ramadã.
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