A perseguição aos cristãos nas Maldivas

Com severas restrições religiosas, o paraíso das Maldivas perde um pouco de seu brilho

Portas Abertas • 14 mai 2020


Oficialmente, os cristãos não existem no país, por isso têm que exercer a fé em absoluto sigilo para sua segurança

Oficialmente, os cristãos não existem no país, por isso têm que exercer a fé em absoluto sigilo para sua segurança

As ilhas turísticas das Maldivas são mantidas distantes do país real, dominado por uma forma estrita do islã, agitação social e desafios políticos. Nas paradisíacas ilhas Maldivas, o governo islâmico se considera o protetor do islamismo. Para tanto, há um conjunto de leis que proíbe um maldivo de deixar o islã e se converter a qualquer outra religião. Assim, ser maldivo é igual a ser muçulmano. Portanto, alguém que se converta ao cristianismo enfrentará duras consequências, como até mesmo a perda da cidadania. Oficialmente, não há cristãos maldivos, somente cristãos estrangeiros que moram no país.

Ser cristão nas Maldivas é tão perigoso para homens e mulheres que maridos, esposas e filhos podem nem conhecer a fé um do outro. Isso significa que os cristãos também não têm um bom modelo de como é o casamento cristão, pois eles não podem fazer parte de nenhuma comunidade cristã. Se um homem é considerado um cristão secreto, é provável que ele sofra danos físicos, assédio, ameaças por parte do governo e prisão. 

Maldivas, uma nação oficialmente 100% islâmica

Veja no gráfico abaixo os números que compõem a pontuação do país na LMP 2020 e refletem a pressão enfrentada pelos cristãos das Maldivas em cada esfera da vida.

O ex-presidente Yameen anunciou um programa para promover a unidade islâmica da população, indicando que as autoridades se oporiam a qualquer desvio do seu entendimento do islã. Em sua campanha eleitoral, Yameen havia acusado forças de oposição internacionais de tentarem fazer as Maldivas menos que 100% islâmica. No entanto, em setembro de 2018, ele foi derrotado nas eleições pelo candidato da oposição, Ibrahim Mohamed Solih, que se tornou o atual presidente do país. Entretanto, é improvável que o novo governo, que assumiu em meados de novembro de 2018, traga melhorias no que diz respeito à liberdade religiosa.

A liberdade religiosa não existe nas Maldivas nem mesmo para os cristãos estrangeiros residentes no país. Eles são monitorados de perto e tão intimidados que quase não ousam se reunir, mesmo a portas fechadas. Pregadores e clérigos islâmicos radicais exercem forte controle sociorreligioso sobre seus grupos e influenciam outros com sua visão radical do islã. Isso torna impossível para os cristãos, principalmente ex-muçulmanos, mostrarem a fé, devido ao medo de monitoramento e de serem entregues às autoridades.

Ao lado da opressão islâmica, que se mistura à paranoia ditatorial, crime organizado e corrupção é o terceiro tipo de perseguição predominante nas Maldivas. A corrupção atinge dos mais altos aos mais baixos níveis do governo. Quase nada pode ser feito no país sem propinas, favores ou ameaças. Oficiais do governo contratam jovens de gangues de rua para fazer “trabalho sujo” para eles. Muitas gangues de rua são controladas por autoridades (em todos os níveis) e têm como alvo qualquer um que falar contra o governo ou o islamismo. Grupos radicais islâmicos que querem erradicar os cristãos e ateus também têm conexões com gangues e redes de policiais corruptos.

Conheça mais sobre as Maldivas. Aqui você encontra o perfil de cada um dos países da Lista Mundial da Perseguição 2020, em que as Maldivas ocupam a 14ª posição. Informe-se, conheça a realidade dos cristãos perseguidos e ore por nossos irmãos maldivos, que, oficialmente, não existem no país.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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