Portas Abertas • 7 dez 2020
Ore pelos cristãos ex-muçulmanos no Tajiquistão, que precisam manter a fé em segredo diante da perseguição
Com 65 pontos, o Tajiquistão ocupa o 31º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2020. Cerca de 97,6% da população do país é muçulmana e a cultura tajique é dominada pelo islamismo. O Tajiquistão ficou sob a União Soviética, cuja ideologia comunista promovia o ateísmo, de 1917 a 1991. Mas desde então, o Tajiquistão tem presenciado um aumento da prática religiosa.
Desde 2009, a escola Hanafi de islamismo sunita é a religião oficial do país. O Tajiquistão é a única ex-república soviética com uma religião oficial, sendo que 90% da população é de muçulmanos sunitas. A população cristã corresponde a apenas 0,7% dos habitantes. A maioria dos cristãos pertence a minorias étnicas, sobretudo russos. O número de cristãos caiu drasticamente nos anos 1990, devido à onda de emigração do Tajiquistão nos primeiros anos de independência.
Esse contexto histórico explica porque os dois tipos de perseguição que predominam no país são paranoia ditatorial e opressão islâmica. Nenhuma atividade religiosa fora das administradas pelo Estado ou por instituições controladas pelo Estado é permitida. Tem havido batidas policiais em reuniões cristãs seguidas de interrogatórios. É muito comum que membros de igrejas protestantes sejam considerados seguidores de uma seita estrangeira que visa debilitar o atual sistema político.
Perseguidos pelo governo e pelo ambiente islâmico
Se um tajique muçulmano se converte ao cristianismo, é provável que enfrente pressão e, ocasionalmente, violência física por parte dos familiares, amigos e comunidade local para forçá-lo a voltar à antiga fé. Alguns convertidos são trancados em casa pela família por longos períodos, agredidos e podem até mesmo ser expulsos da comunidade. Líderes religiosos locais pregam contra eles, aumentando a pressão.
Grande parte da perseguição aos cristãos no Tajiquistão parte de oficiais do governo, desde o governo central do país, que impõe legislação restritiva, até autoridades locais e a polícia, que invadem reuniões, prendem cristãos e confiscam materiais religiosos. Outro mecanismo de perseguição é o ambiente muçulmano (família, amigos, comunidade e líderes religiosos locais) que se opõe ao fato de cristãos evangelizarem muçulmanos.
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