Portas Abertas • 20 jun 2018
Mulheres têm assumido o sustento de suas famílias (Foto ilustrativa)
Para muitas mulheres sírias e iraquianas refugiadas no Líbano, o fato de o marido ter morrido ou ter ficado na terra natal faz com que elas tenham que tomar decisões por si próprias pela primeira vez. Outras, cujos maridos estão com elas no Líbano, são responsáveis pelo sustento das famílias por razões práticas – “as forças de segurança do Ministério do Interior verificam os documentos dos homens, não os das mulheres”, diz Jihane Isseid, gerente de uma ONG libanesa para mulheres, chamada Abaad.
Se, por um lado, o fato de se tornar responsável pelo sustento da família dá às mulheres mais controle, por outro também traz frustrações que se manifestam dentro do círculo familiar, algumas vezes gerando violência. Suha, uma iraquiana que foi abandonada pelo marido, disse que prover para suas quatro filhas a tornou muito ansiosa. “Eu me sentia como pai e mãe das minhas filhas ao mesmo tempo, o que é uma grande responsabilidade”. Ela fugiu de Tel Skuf na Planície do Nínive em 2014, quando o Estado Islâmico tomou controle dessa região do Iraque.
Jihane afirma que no geral cristãos são mais progressivos que muçulmanos no que diz respeito às questões de gênero. Mesmo assim, acrescenta: “Alguns iraquianos cristãos são mais conservadores que os muçulmanos, o que está ligado à perseguição que sofreram sob o regime de Saddam Hussein, tornando os cristãos mais apegados às suas raízes tradicionais”. Esse é mais um dos desafios que surgiram devido à nova realidade em que essas famílias se encontram, como refugiadas em outro país que não o seu. Ore pelos refugiados do Iraque e da Síria no Líbano, de modo especial pelas mulheres. Que sejam guiadas pelo Senhor e que tenham sabedoria para lidar com todos os aspectos dessa mudança em suas vidas.
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