Portas Abertas • 26 jul 2018
A ajuda oferecida aos cristãos refugiados se faz necessária. (Foto representativa)
Os cristãos iranianos Hamid e Fatimah* queriam se converter, mas estavam com medo porque no Irã poderiam ser executados por isso. Então fugiram para a Turquia, onde ficaram por quatro meses, e depois para a Sérvia, onde permaneceram por mais dez meses. Lá encontraram Amir e Mahsan, outro casal iraniano com uma criança pequena, que também teve que fugir por conta de ameaças da família após a conversão ao cristianismo. As duas famílias partiram juntas para a Grécia, mas foram pegas pela polícia grega e levadas a um campo em Tessalônica, onde encontraram Mustafa, outro cristão. Após um período curto, eles tiveram que mudar para o campo em Lárissa, um dos lugares mais quentes e secos do país.
No novo local, as duas famílias dividiam um pequeno container, onde Mustafa os visitava para lerem a Bíblia juntos. Porém, algumas pessoas descobriram que eles eram cristãos e, no final do mês de junho, no meio da noite, cerca de 30 a 40 refugiados atacaram o grupo, que tinha acabado de voltar do culto e decidiram ler a Bíblia um pouco mais. Os agressores jogaram gasolina sobre o container onde eles estavam e ameaçaram atear fogo. Eles também bateram em um dos homens e ameaçaram duas mulheres e crianças, enquanto diziam que deviam ir embora porque aquele era um campo muçulmano.
Os refugiados chamaram a polícia que disse não poder ir. Um dos homens atacados tem problema cardíaco, mas a ambulância chamada teve que esperar por mais de uma hora para ter a entrada liberada. Na manhã seguinte, eles fugiram do campo com a ajuda de um grupo afegão e pediram ajuda do pastor da igreja em Lárissa. Ele entrou em contato com o Consulado Internacional Cristão (ICC, da sigla em inglês), que apoia refugiados cristãos em campos da Grécia. A organização levou o grupo para uma casa segura em Atenas.
“Eles chegaram aqui completamente traumatizados”, contou Youchana Darling, fundadora britânica do ICC. O grupo foi entrevistado e testado para se ter certeza que diziam a verdade. Eles ficarão lá por alguns meses, visando a segurança imediata, além de receberem a ajuda necessária para se reerguerem”. Desde 2016, a organização já ajudou 65 famílias. “Nós falamos sobre recomeçarem suas vidas, mas para isso é necessário voltar ao básico. A maioria deles está traumatizada e não se sente segura. É preciso lidar com isso primeiro, para depois pensarem sobre recomeço”, explica. Ainda segundo Youchana, a Grécia está sob pressão quanto a questão dos refugiados e faz o que pode com recursos limitados. Isso não está no topo da lista de prioridades, por isso não há medidas de proteção para minorias religiosas nos campos.
Você também pode ajudar
A ajuda destinada aos cristãos refugiados é de extrema necessidade. A Portas Abertas, por meio da sua doação, oferece ajuda emergencial e aconselhamentos pós-trauma durante seis meses. Dessa forma, nossos irmãos serão assistidos, tendo a possibilidade de ter uma melhor qualidade de vida nos novos países.
Pedidos de oração
*Nomes alterados por segurança.
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