Portas Abertas • 8 dez 2017
No dia 24 de novembro, a Faculdade Cristã Emanuel (ECC, da sigla em inglês) realizou a formatura de 149 alunos, apesar da insegurança na nação. Eles se formaram nas áreas de Teologia, Educação e Administração de Empresas. Todos celebravam o fato de eles terem conseguido continuar os estudos apesar da instabilidade do país, em guerra desde 2012.
Em dezembro de 2012, a guerra começou na mais nova nação da África, o Sudão do Sul. Em setembro de 2016, a facção de oposição SPLM-IO declarou guerra ao governo do presidente Salva Kiir, marcando assim uma escalada na violência. A ECC, localizada na cidade de Goli, não ficou imune. Devido a um confronto entre as forças do governo e de oposição no estado, 500 pessoas fugiram para lá, buscando refúgio. Uma semana depois, soldados da oposição saquearam a faculdade. Também sequestraram cinco funcionários, mas logo em seguida os libertaram – o que se repetiu em mais duas ocasiões.
Perseverança e convivência pacífica são marcas da faculdade
Apesar de toda insegurança, os alunos estavam determinados a concluir os cursos. Então oraram, jejuaram e continuaram as aulas. Muitos alunos que vinham da cidade de Yei (que era o centro do conflito) tinham que usar transportes providenciados pela faculdade para voltar para casa após as aulas, devido à insegurança. Depois de um tempo, as aulas tiveram que ser transferidas de Goli (que continuou a ser controlada pelas forças de oposição) para Yei (que está sob controle do governo).
Na cerimônia de graduação, o deão da faculdade, Daniel Ohide, disse que depois dos eventos ocorridos em 2016, eles se questionaram se deveriam continuar operando no Sudão do Sul. “Como instituição, nós podemos olhar para trás e agradecer a Deus por termos dado um passo de fé no começo de 2017”. Ele também agradeceu à Portas Abertas pelo apoio de longo prazo. “Como faculdade, esperamos a cada dia ver um povo transformado, com excelência acadêmica, fundamentado na palavra e glorificando a Deus”, acrescentou.
Enquanto o tribalismo é uma das causas do conflito atual, na ECC estudantes de diferentes etnias vivem e estudam juntos. Nuer, Dinka, Murle, Maban, Anyuak, Latuko, Didinga e Madi são alguns dos povos representados, vivendo como irmãos e irmãs pelo fato de pertencerem à família de Deus. “Esta graduação é uma indicação de que essa visão, esse sonho, esse ideal é possível. E se é possível na ECC, com certeza há esperança para um Sudão do Sul onde todos os homens e mulheres viverão em paz, harmonia e prosperidade. É para onde nós estamos caminhando”, concluiu o deão.
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