Portas Abertas • 16 jan 2015
Os proprietários muçulmanos do forno de tijolos conseguiram pressionar os administradores municipais a destruir as casas das famílias, sob o pretexto de que o terreno era necessário para a construção de um novo hospital.
Todas as famílias cristãs foram forçadas a viver em uma área separada dos residentes muçulmanos. Embora a vila seja de maioria muçulmana, cerca de 72 famílias cristãs compõem a população local.
O professor Anjum James Paul, presidente da Associação de Professores de Minorias do Paquistão, condenou o incidente e lembrou ao governo o seu dever constitucional de prover abrigo a todos os cidadãos, especialmente agora, que essas famílias cristãs estão sem um lar, em pleno inverno.
De acordo com o Centro de Apoio ao Domicílio Legal (tradução livre – CLAAS, sigla em inglês) a maioria dos trabalhadores forçados no Paquistão pertence à indústria de fornos de tijolos. Famílias pobres que necessitam de finanças urgentes, “efetivamente entregam sua vida para o empregador, a fim de reembolsar o empréstimo com o seu trabalho"". Elas ficam, então, impossibilitadas de sair do forno de tijolos até que toda a dívida seja paga; com os baixos salários que recebem, isso é quase impossível de se conseguir.
Os proprietários podem vender os seus trabalhadores para outros donos de fábricas. Apesar de o trabalho forçado ser declarado como inconstitucional em 1989, a injustiça persistente e a falta de vontade política fizeram com que, atualmente, existam, pelo menos, 1,8 milhões de trabalhadores forçados no Paquistão, muitos deles cristãos.
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