Portas Abertas • 12 mai 2014
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De acordo com fontes locais, um grupo de homens fortemente armados invadiu a vila de Warabe, próximo a Gwoza, no estado de Borno, na noite de domingo 4 de maio. Eles abriram fogo antes de levar oito garotas com idades entre 12 e 15 anos. Novos relatos dão conta de que uma vila a cinco quilômetros de distância de Warabe também foi invadida e mais três garotas foram levadas pelos homens.
Na segunda-feira (05/05), o Boko Haram, que tem sido responsável por uma campanha na Nigéria para impor a lei islâmica há cinco anos, assumiu a responsabilidade pelo sequestro das estudantes da escola de Chibok.
“Eu sequestrei as garotas. E vou vendê-las no mercado em nome de Alá”, disse Abubakar Shekau, líder do grupo terrorista em um vídeo de 57 minutos, obtido pela agência de notícias Agence France Presse (AFP).
“Vou vendê-las como escravas em nome de Alá. Há um mercado onde vendem seres humanos”, disse o homem no vídeo.
“Eu disse que a educação ocidental tem que parar. As garotas devem sair da escola e casar”, disse ele. “Eu poderia casar com uma menina de 12 anos; até mesmo uma de nove anos poderia casar comigo”.
Semana passada, alguns pais e líderes comunitários de Chibok expressaram seu medo de que as meninas sequestradas fossem levadas do país para Camarões ou Chade, e que lá fossem forçadas a se converter ao islamismo e casar com muçulmanos. Outros relatos dados à BBC dizem que o “dote” de uma garota foi estipulado: um preço de 2.000 Nairas, o que equivale a 27,44 reais.
Dentre as 275 garotas sequestradas da escola de Chibok, ao menos 165 são cristãs, de acordo com uma lista de nomes e uma declaração emitidas em 4 de maio, por um ex-presidente de uma afiliada da Associação Cristã da Nigéria. Nem o governo nem as autoridades escolares verificaram a precisão e veracidade da lista.
A lista, emitida pelo evangelista Matthew Owojaiye, diz que Chibok tem 90% da população formada por cristãos, o que implica que este sequestro em massa tenha motivação religiosa.
Por conta deste ato criminoso, o presidente Goodluck Jonathan está sob intensa pressão nacional e internacional. Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, ofereceu auxílio militar e assistência jurídica, o que foi prontamente aceito pelo governo nigeriano.
O desaparecimento destas garotas suscitou um grande clamor via mídia social com a hashtag #bringbackourgirls. Neste momento, o país se prepara para sediar o Fórum Econômico Mundial, com a presença de cerca de 900 líderes mundiais de negócios.
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