Portas Abertas • 23 nov 2019
O Pastor Salah agradece as orações e pede que os cristãos continuem a pedir a Deus e pressionar o governo da Argélia
O salão de uma igreja em Tizi Ouzou, Argélia, ficou cheio de policiais na tarde do dia 15 de novembro. Foi o encerramento oficial do prédio. Até agora, 13 igrejas foram fechadas no país desde o início de 2018. Irmãos e irmãs ao redor do mundo têm acompanhado a perseguição do governo argelino aos cristãos; alguns líderes até movimentaram os governos de outros países para pressionar as autoridades da maior nação africana. O pastor da Full Gospel Church, Salah Challah, conta que agora os membros da congregação dele estão se reunindo em casas.
Há um mês, o prédio da igreja do pastor foi interditado, mas isso não indicou o fim dela. “Nós já temos seis igrejas domésticas. Esperamos ter mais. Precisamos de famílias que possam receber pessoas nos lares”, explica o líder cristão. Com esta nova configuração, é comum que as pessoas que se dão melhor frequentem as mesmas casas, porém, esse fato intimida aqueles que desconhecem os anfitriões. Entretanto, há pontos positivos: “As igrejas em casas são muito mais poderosas. O governo não pode monitorar sempre, como fez com nosso prédio. Também, a lei não nos proíbe de receber pessoas em casa. É claro que nós precisamos ser sábios nesses encontros, para não perturbar os vizinhos”, afirma Sallah.
Outra maneira que o pastor encontrou de manter os membros reunidos e alimentados foi sugerir que eles começassem a frequentar outras igrejas que não foram fechadas. Mas para muitos essa opção é inviável, já que precisariam dirigir entre 30 a 40 km de distância. “A coisa mais importante é a comunhão. Nós sabemos que a salvação é algo principal, mas a vida cristã é vivida em comunidade”, lembra.
O líder cristão também teve a rotina de trabalho alterada. Antes o prédio da igreja era local para cultos, aconselhamentos, discipulados e batizados. Mas agora as residências são os locais dessas atividades e o pastor está pronto para ir onde for necessário. Ele conta que passou o número de telefone para todas as pessoas que frequentavam a igreja e está disponível quando qualquer um precisar dele. “Eu falo com eles quando precisam de mim e, claro, fico feliz quando visito as casas”, completa o líder.
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