Portas Abertas • 28 dez 2017
Um ano depois que um terrorista lançou um coquetel molotov (uma arma química incendiária) no pátio da igreja onde crianças brincavam, a Portas Abertas visitou os três sobreviventes do ataque. Quatro crianças sofreram graves queimaduras, mas a menina, Intan Banjarnahor, de 2 anos, não sobreviveu aos ferimentos. Trinity (foto), 5, viaja para a China para tratar as queimaduras. Anita, 3, grita “estou com medo” toda vez que ouve barulho de carro, relâmpago ou fogo. Álvaro, 5, passou por 17 cirurgias nos quatro meses seguintes à explosão e os pais dizem que a autoestima dele está muito afetada.
Anita tem passado por aconselhamento pós-trauma, mas nem sempre sua mãe, Tetty, pode levá-la às sessões porque tem dois filhos mais velhos para cuidar também. Fios de cabelo fininho começaram a crescer nos lugares das queimaduras na cabeça de Álvaro, e ele conseguiu superar o trauma de barulhos da explosão através do aconselhamento pós-trauma.
Um dos acusados do ataque, Juhanda bin Muhammad Aceng, 32, que lançou o coquetel molotov ao passar de moto, foi julgado em setembro e condenado a prisão perpétua. Ele já havia sido condenado por terrorismo em 2011, mas posto em liberdade condicional em 2014. No final desse mesmo ano, ele foi preso novamente por estar com uma bandeira do Estado Islâmico. Outros quatro homens envolvidos no incidente receberam penas de seis a sete anos.
A mãe de Trinity, Sarinah Gultom, depôs no julgamento. Ela caminhou até os réus e disse: “Eu os perdoo. Por favor, se arrependam. Deixem as crianças inocentes em paz. A minha foi suficiente”. O juiz de Jacarta concedeu a cada uma das vítimas e suas famílias uma indenização de 240 mil rúpias indonésias (quase 60 mil reais), que ajudará a custear o tratamento das crianças. Mas elas ainda não receberam o valor da indenização.
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