Portas Abertas • 11 nov 2020
Após perder o marido e um filho, em ataque do Estado Islâmico no Egito, Nancy tem que criar o filho, Yousef, sozinha
Quando Nancy, de 41 anos, fechou a porta de casa naquela manhã, mal sabia que só voltaria alguns meses depois. Não sabia que aquela seria a última vez que prepararia o café da manhã para o filho adolescente e desejaria um bom dia para o marido. Não sabia que a vida do filho caçula seria marcada para sempre.
Essa é a história de uma família no Egito brutalmente separada pela perseguição. Mas também é a história do cuidado de Deus com aqueles que estão em luto. Ao olhar para Nancy é possível ver que há algo de diferente em seu rosto. Ela mostra a lateral da cabeça: “Aqui foi onde as balas entraram”. Após meses de tratamento médico, ela finalmente está em casa.
Nancy faz parte de uma família muito unida. Eles sempre passeavam juntos, geralmente para igrejas e monastérios. Certo dia, decidiram visitar um monastério na região de Minia. Eles foram em um micro-ônibus. Tios, primos, jovens e velhos, todos estavam animados.
Após a visita, a família decidiu que ainda havia tempo para ir a uma igreja construída em honra a mártires. Apenas um mês antes, estiveram lá e todos ficaram muito impressionados com a fé dos cristãos mortos. “Eu lembro de meu marido dizer que também gostaria de ser um mártir”, diz Nancy.
Naquela estrada, a vida deles mudou. De repente, ouviram o barulho de tiros sendo disparados. Eles eram direcionados ao ônibus da frente, mas ele escapou. O motorista do ônibus em que a família estava tentou voltar, mas era tarde demais: os terroristas começaram a alvejar o ônibus em que estavam.
Quando tudo mudou
Registro de todos os membros da família em visita ao monastério, antes do ataque ao ônibus
Aterrorizada, Nancy começou a orar em voz alta e encorajou os outros a se unirem a ela: “Nós oramos enquanto as balas voavam a nossa volta. Nós não paramos mesmo quando os terroristas entraram no veículo”. Um terrorista apontou duas armas para todos os homens e atirou neles a sangue frio. Reda, marido de Nancy, foi morto, bem como o filho de 14 anos, Bishoy. Ela perdeu ainda dois cunhados e duas sobrinhas. O motorista do ônibus, um cristão que tinha quatro filhos, também morreu.
A cristã afirma não ter pensado muito sobre o futuro ou como criar o filho sem o marido. Enquanto esteve em hospitais, estava concentrada em sua recuperação e sobrevivência. Porém, já percebe como o filho de 11 anos foi afetado pelo que viu.
Yousef conta que ele e a mãe sempre oram juntos antes de ir pra cama. Ele tenta agradecer a Deus por cada dia. “Mas eu sinto muita falta do meu pai e do meu irmão”, diz, lutando contra as lágrimas. Apesar de toda a dor, o amor e a alegria ainda conduzem as vidas dessa família.
“Nossa alegria é maior que o nosso luto. Deus está perto e nos conforta todos os dias”, diz Nancy.
Sobre a família, afirma que são um grande apoio, como uma mão afetuosa em seu ombro. A partir de agora, Nancy terá que aprender a viver sem o marido, além de carregar o fardo da perda do filho. Também terá que criar o filho mais novo sem o marido, porém com a ajuda do Senhor.
“Um dia nossa família será reunida no céu, tenho certeza disso.”
Prepare pais cristãos perseguidos
Assim como Nancy, que terá que criar Yousef sozinha como resultado da perseguição, pais cristãos no Irã também têm o grande desafio de transmitir valores bíblicos aos filhos em meio a uma sociedade islâmica. Por isso, eles precisam de apoio. Seu envolvimento ajuda a prepará-los para edificar a próxima geração da Igreja Perseguida. Ao doar, você permite que um pai ou mãe do Irã participe de cursos sobre criação de filhos segundo o modelo bíblico, oferecidos por nossos parceiros.
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