Portas Abertas • 21 jun 2017
A liberdade de crença, assim como sua expressão diária, é um direito garantido pela Constituição do Egito, país que ocupa a 21º posição na atual Lista Mundial da Perseguição. Porém, cristãos egípcios que decidem viver sua fé em Cristo enfrentam grande batalha. É quase impossível conseguir autorização para a construção de igrejas.
No dia 16 de junho, uma comunidade cristã copta de Saft el-Khirsa, a 180km ao sul de Cairo, viveu a perseguição de perto. Ao acordarem na última sexta-feira, descobriram que o centro comunitário que mantinham havia sido destruído pela polícia. Todos os móveis, tapetes e demais bens da comunidade estavam jogados no meio da rua. Esse prédio havia sido doado a eles após ataques a suas casas em julho de 2016.
Não foi dada uma explicação oficial para o ataque, mas uma fonte local alegou que foi causada pela visita de Anba Stephanos, líder cristão da cidade de Biba. Ele chegou no dia anterior (15) para confortar uma família que perdeu um filho no ataque de ônibus em Minia (leia matéria aqui). Nessa ocasião, ele também visitou o centro comunitário.
Os residentes muçulmanos interpretaram sua visita como um sinal de que uma igreja seria construída na aldeia e alertaram a polícia. O incidente mostra como os cristãos do Egito não estão apenas enfrentando o desafio dos militantes do Estado Islâmico. Eles também enfrentam o desafio diário de viver em um país onde seu direito constitucional à liberdade de crença e expressão é desafiado por seus vizinhos.
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