Portas Abertas • 9 nov 2020
Cerca de 2.000 cristãos vivem em Kutupalong, o maior campo de refugiados do mundo em Cox Bazar, no Sudoeste de Bangladesh
Em 2017, militares de Mianmar forçaram os cristãos da tribo rohingya a deixar as casas que moravam. Muitos buscaram abrigo em campos de refugiados em Bangladesh e permanecem até hoje na região. Além de enfrentar problemas com a segurança dos campos, a população rohingya cristã luta contra uma dupla vulnerabilidade: pela origem étnica e pela fé em Jesus.
Os rohingya são majoritariamente muçulmanos, mas há cristãos convertidos na tribo. Por causa da fé, eles enfrentam uma pressão crescente vinda de outros refugiados, autoridades locais e grupos islâmicos radicais, como o Arakan Rohingya Salvation Army (ARSA, em inglês). Por estarem em um campo de refugiados, eles têm poucas opções para recorrer e buscar uma mudança.
Saiful Peter está entre os 2.000 cristãos que vivem em Kutupalong, o maior campo de refugiados do mundo em Cox Bazar, uma cidade no Sudoeste de Bangladesh. Eles dividem a área com mais de um milhão de muçulmanos. "Nós, cristãos e muçulmanos, vivemos juntos há muitos anos, mas o ARSA está nos atacando quase todos os dias no campo e aos domingos durante os cultos. Somos discriminados pelos rohingya muçulmanos porque somos cristãos”, disse Peter ao site de notícias Church Militant.
Ataques aos cristãos
Em janeiro, três cristãos foram sequestrados durante um ataque. O paradeiro de dois deles é desconhecido e a comunidade teme por sua própria vida. Uma garota de 14 anos também foi capturada, convertida à força e obrigada a se casar com um dos militantes do ARSA.
Após o ataque, cerca de 25 famílias cristãs foram coagidas a se mudarem para outro campo, administrado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os ataques e o assédio, no entanto, continuaram. "Funcionários da ONU nos disseram que vão construir um campo separado para nós, a fim de garantir nossa proteção", contou Peter.
Há muitos fatores que contribuem para a vulnerabilidade dos cristãos entre os rohingya, de acordo com um analista da Portas Abertas. “O que torna a situação mais complexa é a presença de grupos militantes como o ARSA, radicalizando os muçulmanos rohingya e policiais de Bangladesh que não se preocupam em proteger um grupo religioso minoritário", finaliza.
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