Portas Abertas • 23 nov 2017
O canal de notícias Mohabat News informou que Abdol-Ali Pourmand, 38 anos, e Mohammed Ali Torabi, 39 anos - ambos de uma igreja doméstica - foram obrigados a assinar pedaços de papel em branco, que poderiam ser usados como evidência de que eles confessaram crimes ou renunciaram à fé cristã. Kiaa Aalipour, da organização de advocacia Article 18, disse à Portas Abertas que Pourmand também foi forçado a participar de orações islâmicas.
Acredita-se que nenhum dos cristãos foi informado porque estava sendo detido e acusado. Assim, eles estão impossibilitados de contratar uma representação legal adequada, de acordo com a Mohabat News.
Aalipour disse à Portas Abertas que o governo iraniano vê os cristãos ex-muçulmanos como uma ameaça constante à identidade islâmica do Irã. "O regime iraniano tem muito medo do crescimento do cristianismo no país", afirmou ele. "Se mais e mais iranianos se converterem ao cristianismo, a legitimidade do regime iraniano, baseado em uma teocracia islâmica, será totalmente perdida", complementa.
Acredita-se que os cristãos compõem apenas aproximadamente 1% (cerca de 800 mil) dos 80 milhões de habitantes do Irã, embora tais números sejam difíceis de determinar. O país ocupa a 8ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2017, que mostra os 50 países onde é mais difícil ser cristão. Pelo menos 193 cristãos foram presos no Irã em 2016 - muitos deles ex-muçulmanos. Nos últimos meses, mais de uma dúzia de cristãos foram condenados a pelo menos dez anos de prisão por "agir contra a segurança nacional".
Pedidos de Oração
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