Portas Abertas • 19 jan 2019
População contesta resultado das eleições (foto representativa)
Em 30 de dezembro ocorreram as eleições presidenciais na República Democrática do Congo para escolher um sucessor para Joseph Kabila, que esteve no cargo por 18 anos. Kabila, que foi impedido constitucionalmente de ter um terceiro mandato, convocou eleições de forma relutante sob pressão de Angola e África do Sul. O candidato da oposição, Felix Tshisekedi, foi declarado vencedor em meio a acusações de um acordo de partilha de poder com o presidente anterior. Emmanuel Ramazani Shadary, candidato selecionado inicialmente por Kabila, ficou em terceiro lugar. Diversos analistas do país concordaram parecer que Kabila fez um acordo silencioso com Tshisekedi.
A influente igreja católica disse que os resultados oficiais não correspondem com suas constatações. Apesar da recusa em revelar quem venceu de acordo com suas constatações, diplomatas informaram que os dados da igreja indicam uma vitória clara para Martin Fayulu, outro candidato que, conforme as sondagens pré-eleição, estava ao menos 20 pontos à frente de Tshisekedi. A igreja disse posteriormente que os resultados publicados ainda são parciais porque ainda ocorrerá uma votação em março na região devastada por uma epidemia de ebola e pela presença de grupos armados que não permitem que os eleitores votem em segurança.
“Se Fayulu e seus aliados, com sua própria rede financeira e de segurança independente, tivessem tomado o poder, mudariam a estrutura de poder no Congo e definitivamente teriam deposto Kabila e seu clã’, disse Patrick Smith, do jornal Africa Confidential. Fayulu jurou que tentaria mudar esses resultados na justiça, chamando a eleição de “golpe”. Ele admitiu que tal desafio terá pouca chance de sucesso, já que a corte é “composta por pessoas de Kabila”.
Em um movimento inesperado, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADEC, da sigla em inglês) também pediu uma recontagem, embora as reações iniciais das sondagens de outras nações africanas foram em grande parte favoráveis às condutas das eleições. Uma vez que os resultados foram anunciados, milhares de apoiadores de Tshisekedi tomaram as ruas para celebrar, mas aqueles que apoiaram Fayulu também saíram em protesto. Cenas violentas foram relatadas em Kikwit, onde foi dito que pelo menos dois policiais e dois civis foram mortos. Até agora, nós não recebemos nenhum relato específico contra cristãos.
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