Portas Abertas • 17 jul 2020
Cristãos em Moçambique vivem sob pressão dos ataques extremistas
O extremismo islâmico fez mais vítimas no fim de junho na cidade de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, ao norte de Moçambique. De acordo com a agência do Vaticano Fides, os jihadistas incendiaram uma igreja, uma escola secundária, o hospital distrital e dezenas de carros, casas e lojas. Um homem também foi libertado da prisão local, antes de hastearem a bandeira negra do Estado Islâmico. A ofensiva durou várias horas e deixou muitas vítimas entre policiais e civis. O site de notícias Times de Israel garantiu que um quartel foi invadido e muitas armas roubadas antes da fuga.
A cidade atacada fica na fronteira com a Tanzânia e tornou-se um centro de logística para a exploração de gás natural, recentemente descoberto. No fim de março, os extremistas ergueram a bandeira e mantiveram Mocímboa da Praia sob o domínio deles por muitas horas. A ação dos radicais alcançou aldeias próximas e matou 52 jovens em Xitaxi, pela recusa de se juntarem ao grupo. Em demais vilarejos como Miangalewa, Namacunde, Ntchinga e Moatid, os jihadistas queimaram uma igreja e destruíram instituições locais.
Alguns desses ataques foram cometidos por integrantes do Estado Islâmico, mas em outros ainda acontece uma investigação da verdadeira conexão com o Al-Shabaab da Somália. Há suspeitas que extremistas do Quênia e a Tanzânia também estejam envolvidos nos incidentes. Para conter a violência, o Grupo Wagner da Rússia e a empresa de segurança Dyck Advisory Group foram contratados pelo governo moçambicano. Porém, o resultado não foi o esperado.
Ajuda privada e internacional
Por isso, o país pediu ajuda para a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, da sigla em inglês). Mas os jihadistas do Estado Islâmico ameaçaram atacar a África do Sul, caso a nação se envolvesse nos assuntos. O Secretário de Estado Assistente dos Estados Unidos para Assuntos Africanos, Tibor Peter Nagy, comparou a situação de Moçambique com o surgimento do grupo Boko Haram. "O Boko Haram foi apenas um pequeno movimento e, devido à maneira como o governo nigeriano reagiu inicialmente, ele se tornou uma ameaça muito séria, não apenas para o Nordeste da Nigéria, mas para os países vizinhos".
A Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu também pediu que ações fossem tomadas para impedir que Moçambique se torne um novo centro de extremismo islâmico. Até agora, a Portas Abertas recebeu pedido para ajudar 20 líderes e 300 famílias cristãs na região.
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