Portas Abertas • 6 dez 2020
A decisão é mais um passo para o Estado se tornar laico, punindo a intolerância religiosa
No final de novembro, nove réus compareceram ao Tribunal Criminal de Dar-Alsalam, por suposto envolvimento em uma série de ataques incendiários a um prédio cristão. A igreja incendiada pertence à Igreja Sudanesa de Cristo em Jabarona, grande comunidade nos arredores de Cartum, capital do Sudão.
Um total de quatorze pessoas são acusadas de envolvimento nos ataques, mas “uma está sendo julgada em um tribunal separado para menor, enquanto os quatro suspeitos restantes estão escondidos”, afirmou o portal de notícias britânico CSW. Eles são acusados de tentar incendiar o prédio em diversas datas nos anos de 2019 e 2020.
Após o último ataque, em 12 de agosto, os agressores enviaram uma carta à autoridade local solicitando a retirada da igreja da praça. E, se isso não fosse feito dentro de três meses, eles poderiam realizar novos ataques. Em março, uma comissão foi nomeada pelo Ministério dos Assuntos Religiosos para investigar os ataques.
O governo interino do Sudão, que assumiu a liderança do país após a destituição do ex-presidente Omar al-Bashir em abril de 2019, demonstrou a intenção de abordar as violações da liberdade religiosa do regime anterior. Em setembro, o governo anunciou que planejava remover o islã como religião do Estado.
Em novembro, um tribunal sudanês absolveu oito líderes da igreja de acusações de que ocupam ilegalmente um edifício religioso. Embora os parceiros da Portas Abertas no local saúdem esses desenvolvimentos, há uma preocupação com a anistia geral criada pelo governo de transição. Ela propõe anistia a qualquer um que tenha se envolvido em ações militares, no sul do país. Assim, os cidadãos que atacam os seguidores de Cristo podem ser absolvidos. O anúncio da anistia veio depois que o governo e os principais grupos armados do país assinaram um acordo de paz em outubro.
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