Força e perseverança em meio aos desafios

Portas Abertas • 3 nov 2016


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A igreja cubana tem enfrentado grandes desafios e ao mesmo tempo tem se mostrado forte e perseverante. Alguns pastores que foram entrevistados contaram detalhes sobre a realidade dos cristãos no país. O que segue é uma síntese com as declarações mais relevantes. “Em Cuba tudo é difícil, mas nada é impossível. As igrejas têm ajudado os irmãos em seus negócios, e nós mesmos colaboramos uns com os outros para gerar recursos e também apoiamos a igreja”, disse um líder cristão. “Sabemos que, em nosso meio, muitos têm habilidades e dons, alguns são médicos, engenheiros, artistas, professores, entre outras profissões, e eles têm usado suas habilidades para o bem de todos. Há uma grande necessidade de assistência e educação em Cuba”, conta outro líder.

Entre eles há o consenso de que os cubanos aprenderam a viver sem ter muito e usam o pouco que têm para continuar crescendo. “Nem todos temos formação de nível superior, mas aprendemos e hoje temos habilidades e preparo através da perseverança, do sofrimento e dos sacrifícios”, comentou um dos pastores que continua: “Os cristãos cubanos estão preparados para trabalhar com a América Latina, que é carente em algumas regiões de líderes preparados teologicamente. Além disso, queremos enviar missionários para o mundo, não temos recursos materiais, mas temos recursos humanos”, garante ele.

Estratégias

O líder explica que pessoas que aprenderam a viver dentro das limitações econômicas e políticas acabam se superando em outras áreas e aspectos da vida. “Os cubanos são amigáveis para os países muçulmanos e isso significa que Cuba pode ir para qualquer país onde prevalece o islamismo sem chamar a atenção. Podemos ir e aproveitar essa reputação para pregar o Evangelho em terras hostis ao cristianismo. Temos uma dívida com o mundo, pois Cuba já criou guerras em diversos países. Agora queremos criar oportunidades de levar Jesus Cristo a eles”, diz.

“Sim, os cubanos são amorosos. Para nós, é fácil sentir compaixão e amar as pessoas, aprendemos a ser generosos pois sempre vivemos com praticamente nada. Sabemos cuidar do pouco que temos e também vivemos bem se esse pouco nos for tirado. Quando um cubano se converte a Cristo, ele é lapidado e pode ser enviado para qualquer parte do mundo”, concorda um dos pastores entrevistados. “As experiências da igreja cubana precisam ser divididas com a irmandade. Nós aprendemos a trabalhar às margens das leis. Não é porque somos contra a Constituição, mas porque aprendemos a fazer o que é possível sem violar os procedimentos legais. Talvez não seja o maior exemplo do mundo, mas é interessante ver a igreja prevalecendo dentro do sistema que reina nesse país”, explica outro líder.

“Queremos dividir nossas experiências com todos os nossos irmãos na fé. Queremos ter mais união e contar como aprendemos a reconhecer Deus em nossas vidas, em meio a tantas dificuldades. Aprendemos a ter um relacionamento pessoal com Jesus e a obedecer aos seus mandamentos. Também aprendemos a perdoar e a amar os nossos inimigos. Hoje, vivemos através da nossa fé, e queremos ajudar os demais irmãos perseguidos. Aprendemos a lição mais importante que um cristão pode aprender sobre a terra, que é depender de Deus em todas as circunstâncias e acho que esse é o maior tesouro que a igreja cubana pode compartilhar nesse tempo”, afirma e conclui o líder.

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