Portas Abertas • 3 set 2009
Após um curto período de paz, a vida dos cristãos da região de Lindasflores* voltou a ser tumultuada com as tentativas da guerrilha em manter o poder na região.
As forças rebeldes proibiram o acesso de pastores a dez comunidades da área. Mas, embora muitas portas tenham sido fechadas, Deus tem criado outras oportunidades de servi-lo.
Como Gomorra
O Exército colombiano enviou no início de 2009 um destacamento de 5 mil homens à área, para combater um grupo guerrilheiro responsável por muitos sequestros.
A guerrilha respondeu agressivamente. Em junho de 2009, ela detonou duas bombas em Lindasflores para deixar claro que, apesar da presença dos soldados, as guerrilhas ainda detinham o controle daquela região estratégica.
Considerando os cristãos como aliados do governo, os rebeldes proibiram evangelistas de entrarem em aproximadamente dez vilas da área.
O pensamento dominante nessa localidade é anti-religioso, embora se pratique um misto de rituais com orações. A ideologia revolucionária é ateísta, e a maior parte do povo é da guerrilha ou está ligado fortemente a ela. Assim, o conceito de “Deus” não é bem-recebido.
Pensamentos de dinheiro fácil trazem corrupção e cria pessoas preguiçosas e desonestas. Alguns dos cristãos de lá dizem: “Esses são lugares onde Deus não está. Ninguém se importa com o mal. É como estar em Gomorra”.
Pastores em fuga
A área de Lindasflores tem um histórico de presença de guerrilheiros e opressão à Igreja. Em 2008, pregadores tomaram a decisão de deixar a região com suas famílias, temendo por suas vidas.
A maioria das igrejas da região ficou nas mãos de líderes inexperientes, que se sentiam muito desencorajados a continuar.
Nessa ocasião, uma equipe da Portas Abertas fez sua segunda visita à Lindasflores, e se encontrou com o pastor Roberto Morales*, o único pastor que decidiu ficar, a despeito da perseguição. Nesse encontro, o pastor recebeu materiais e encorajamento.
O pastor Roberto fazia seu trabalho com uma velha bicicleta. Ele ia de um lado a outro com ela, pregando e ensinando, sem levantar suspeitas entre as guerrilhas. Mas, com o aumento das restrições impostas pelos rebeldes, Roberto ficou impossibilitado de dar continuidade ao trabalho que fazia em algumas das vilas fechadas.
Deus traz amigos e pastores
No segundo semestre de 2009, e a equipe da Portas Abertas voltou a Lindasflores. Roberto e outros líderes, que estavam muito desencorajados, se sentiram reanimados com essa visita. Eles se reuniram em oração, o que, em suas palavras, teria “acordado os irmãos”.
Pouco tempo depois de a equipe da Portas Abertas deixar o município, Deus trouxe de volta dois pastores: Leonardo, da igreja Missão de Deus, que estava fora havia um ano; e Elias, antigo líder da igreja Coluna de Fogo, que retornou e abriu uma pequena loja para ajudar a manter sua família.
Deus também levantou uma mulher e lhe abriu muitas portas. Ester e seu marido participaram de diversos treinamentos realizados pela Portas Abertas no município de Nova Ilha, a cinco horas de distância de Lindasflores.
De maneira milagrosa, o casal recebeu autorização da guerrilha para se mudar para uma das dez comunidades fechadas. A vila de aproximadamente 600 pessoas já havia expulsado dez famílias cristãs de lá.
Infelizmente, a motivação do marido de Ester não era de compartilhar o evangelho, e sim de trabalhar no cultivo da coca. Ester ficou arrasada com essa decisão, não entendendo por que o marido escolhera abandonar tudo o que havia aprendido.
Ela, entretanto, entrou em contato com o pastor Roberto, que lhe contou da falta de ministros na área e do risco que representava pregar e levar Bíblias para aquelas vilas. Essa informação desafiou Ester.
Agora, enquanto Ester suplica a Deus para mudar o coração de seu marido, trabalha levando as Escrituras e o evangelho às pessoas da região.
© 2024 Todos os direitos reservados