Portas Abertas • 2 jan 2011
A Missão Portas Abertas está em férias coletivas entre os dias 22 de dezembro e 2 de janeiro.
Nesseperíodo, o site terá um conteúdo especial, com testemunhos que podemser usados nas igrejas, em pequenos grupos ou em qualquer situação, paraa edificação do Corpo de Cristo.
Jeanette Schilling e uma equipe da Portas Abertas dos Estados Unidos visitaram a Colômbia em julho de 2006, relembre !
Lá eles se encontraram com os filhos de uma cristã que foi assassinada em 7 de julho (leia aqui). Miguel* viu sua mãe ser morta por um pistoleiro de aluguel. Miguel, de 14 anos, sua irmã Ana*, de 9 anos, e um irmão mais novo, de 3 anos, estão em um asilo apoiado pela Portas Abertas. Os avós estão cuidando do bebê, que estava com 5 meses na época do assassinato. O pai das crianças deixou o país. Veja como foi essa visita:
"Quando chegamos à casa, em 23 de julho, tomamos conhecimento da morte da mãe de Miguel e ficamos sabendo que ele ainda não tinha conseguido chorar essa perda. O que primeiro me chamou a atenção foi que, na ocasião, ele tinha um olhar "distante". Ruth, uma visitante, sempre passava um tempo com Miguel e, depois do café da manhã, no segundo dia, Ruth e Miguel estavam conversando, e Aura, outra visitante, servia de intérprete. Eu me juntei a eles para orar. Miguel falava sobre sua mãe sem dar muitos detalhes e nós o encorajamos. Dissemos a ele que Deus iria fortalecê-lo a partir dessa experiência, mas que, mesmo para os adultos, é difícil entender essas coisas. Dissemos também que se ele se sentia confuso, isso era normal; se ele estava com raiva - mesmo de Deus - era normal, mas insistimos que ele deveria falar e não se fechar. Dissemos que era saudável chorar aquela perda e que a dor iria desaparecer com o tempo. Fizemos com que ele visse que as pessoas lá o amavam, como nós, mesmo estando apenas visitando. As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Oramos por ele, o abraçamos e lhe dissemos o quanto ele era especial.
Naquela noite, durante o culto, as lágrimas se derramavam livremente pelo rosto de Miguel. Ele chorou por muito tempo e aceitou os lenços que os demais lhe ofereciam. No culto do dia seguinte ele também chorou.
Antes de irmos embora, recebemos muitos abraços de Miguel que parecia ter mais vida estampada na face! Normalmente as meninas nos presenteiam com desenhos coloridos e bilhetes quando partimos, mas Miguel deu um presente para cada um de nós - coisas que eram dele ou que ele mesmo tinha feito. Isso foi especial!
O irmão mais novo de Miguel pareceu estar indo bem.
Ficamos muito gratos por termos passado aquele período naquela casa, dando tempo para que a confiança brotasse. O Senhor nos deu a oportunidade de entrar em contato com Miguel (entre outros) e de encorajá-lo e de orar por ele e isso foi inesquecível para cada um de nós."
"Tudo que eu pude fazer foi sentir
a sua dor e acariciar suas costas"
Um outro membro da equipe visitante relatou o seguinte: "Ana é irmã de Miguel e toda vez que nós orávamos, ela chorava. Ao redor da fogueira, ela chorava muito e eu sentia meu coração partido como nunca senti antes. Na noite em que demos nossos testemunhos no refeitório ela sentou ao meu lado e chorou. Tentei envolvê-la, mas não houve reação.
Tentei lhe dar um lenço de papel, mas ela não pegou, então eu o coloquei ao lado dela. Outro garota tentou lhe dar o lenço, mas ela também não quis. Parecia que Ana chorava de raiva. Afaguei gentilmente as costas dela durante todo o tempo e, no final, ela me abraçou. Ela sente muito a falta de sua mãe e isso a machuca muito, e tudo que eu pude fazer foi sentir a sua dor e acariciar suas costas."
"Sua fé vibrante e seu testemunho
radical brilham mais e mais a cada dia"
Gladys Garcia, diretora da Portas Abertas América Latina, visitou o asilo quase um mês após a visita da equipe dos Estados Unidos. Gladys contou: "Elas são crianças muito especiais. Estou feliz por poder contar que, em meados de agosto, quando eu as visitei, as crianças e eu conversamos bastante e havia cura em seus corações, especialmente no de Miguel.
Alguém perguntou a ele: "O que esse lugar significa para você?" Miguel respondeu: "O amor de Deus tornado físico". Sabendo de onde ele veio, foi maravilhoso ouvi-lo dizer coisas do tipo: "Através da oração e do jejum, Deus aliviou a dor e a raiva" e "Quero louvar a Deus com a minha vida, por ele ter dado aos meus irmãos e a mim uma segunda chance, dessa vez com Ele como nosso Pai".
Meus olhos ficaram marejados quando ouvi isso. Ele parecia tão sincero, tão maduro. Era evidente que muitas orações tinham atravessado milhares de quilômetros e se fizeram realidade em favor dessas crianças. Elas são uma bênção, um modelo e um incentivo para outras crianças e para nós. Sua fé vibrante e seu testemunho radical brilham mais e mais a cada dia.
Nós somos muito abençoados por conhecê-los e por tê-los na instituição que é sustentada pela Portas Abertas. Precisamos continuar a orar por eles. O inimigo não está contente com essa vitória em seus corações e irá tentar destruir a paz que Deus deu em meio à tragédia. O apoio incessante em oração pode fazer a diferença."
* Nomes fictícios
*Texto publicado em: 15/09/2006
*Aguarde! Dia 5 de janeiro : a Lista de Classificação dos países por perseguição de 2011.
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