Portas Abertas • 5 mar 2020
O pastor Victor, o filho dele Ramiel e a esposa Shamiran foram condenados por seguirem Jesus no Irã
[Atualizado às 10h30]
No dia 26 de fevereiro, Ramiel, filho do pastor Victor Bet-Tamraz, foi libertado da prisão de Evin, em Teerã, no Irã. As informações foram confirmadas pela filha do líder cristão e irmã do ex-prisioneiro, Dabrina, ao site britânico Article 18. O cristão assírio cumpria a pena de quatro meses por "ameaça à segurança nacional", já que participava de uma igreja doméstica no país. Ele havia cumprido um mês da sentença, quando foi condenado e convocado, em janeiro, para completar o restante da pena.
Durante o tempo preso, o cristão aproveitou para se reunir com outros seguidores de Jesus. Nesses momentos, eles oravam uns pelos outros e revezavam a exposição da Bíblia. Dabrina testemunhou que Ramiel estava bem, apesar de viver preso, e tentava levar com bom humor toda a situação. A libertação do cristão estava prevista para o dia 22 de março, início do Ano Novo persa.
Como parte dos esforços para limitar a propagação do coronavírus, o Irã libertou 54 mil prisioneiros, entre eles seis cristãos no total. Além de Ramiel, Fatemeh (Mary) Mohammadi e outro cristão ex-muçulmano que não pode ser nomeado foram libertados na quarta-feira da semana passada, conforme informa o site Article 18.
Segunda-feira, 2 de março, outros três cristãos convertidos do islamismo receberam 36 dias para deixar a prisão. Entre eles estão Rokhsareh Ghanbari, que cumpria pena de um ano, Amin Khaki, condenado a 14 meses de prisão, e um terceiro cristão que não pode ser identificado. Mahrokh foi obrigado a pagar fiança de cerca de 2 mil dólares, o mesmo que Mary, enquanto Amin teve que pagar o equivalente a 3 mil dólares.
No país, que ocupa a 9ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2020, muitos líderes cristãos são condenados e recebem longas penas, podendo chegar até 15 anos de reclusão. Apesar das igrejas assíria e armênia serem reconhecidas pelo Estado, os membros são considerados cidadãos de segunda classe no país e estão proibidos de ter contato com cristãos ex-muçulmanos.
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