Portas Abertas • 3 fev 2022
A Síria ainda se recupera do período em que o Estado Islâmico esteve no poder
O líder do Estado Islâmico (EI), Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, morreu nesta madrugada, durante a ação das Forças Especiais dos Estados Unidos na Síria. De acordo com o Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH), 13 pessoas morreram, sete delas eram mulheres e crianças.
O líder jihadista foi cercado pelos soldados das Forças Especiais e por isso detonou os explosivos que tinha consigo. O andar do prédio onde ele estava também foi destruído. O presidente norte-americano, Joe Biden, disse em discurso que o líder do EI “foi retirado do campo de batalha” e que o “ato foi de covardia desesperada”, vários membros da família de al-Qurayshi morreram com ele.
Após a morte do antigo líder do EI, Abu Bakr al-Baghdad, em 2019, Al-Qurayshi tornou-se o chefe do grupo extremista. Quando os jihadistas se referiam a ele usavam diferentes nomes para dificultar a identificação pelo serviço de inteligência americano.
As informações sobre a localização de Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi valiam 10 milhões de dólares para o Departamento de Estado norte-americano.
Em 2021, uma reportagem do jornal The Washington Post garantiu que o líder do EI foi um informante do governo americano enquanto esteve preso no início dos anos 2000. Por meio dele, antigos líderes do EI foram identificados entre 2007 e 2008. Ele entregou nomes, telefones e retratos-falados dos comandantes.
O mundo soube da existência do EI em 2014, quando vários territórios sírios e iraquianos foram invadidos pelo grupo jihadista. A brutalidade dos extremistas era notória nos vídeos que publicavam de execuções de “inimigos”, eles também foram responsáveis por sequestros e mortes de cristãos.
De acordo com reportagem da BBC, o EI controlou uma área de 88 mil km² no Norte da Síria e do Iraque, governou quase oito milhões de pessoas e ganhou muito dinheiro explorando petróleo, extorsões, sequestros e roubos.
A queda do domínio do EI aconteceu em março de 2019, quando as Forças Democráticas Sírias (FDS) declararam a total eliminação do califado imposto pelos jihadistas no território. Porém, o grupo ainda atua em parte da Síria e do Iraque e tem afiliados em países como Nigéria, Iêmen, Afeganistão e Filipinas.
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