Portas Abertas • 26 out 2020
A campanha contra as igrejas no Sudão incluiu a destruição de edifícios, prisões e processos judiciais contra líderes
O tribunal criminal de Omdurman, perto de Cartum, capital do Sudão, considerou oito líderes da Sudanese Church of Christ (SCOC, da sigla em inglês) inocentes das acusações feitas contra eles. Os cristãos, incluindo o presidente da igreja, Ayoub Telyan, tinham sido presos depois que se recusaram a entregar as propriedades das igrejas e o controle administrativo a um comitê governamental ilegalmente estabelecido em agosto de 2017.
Depois que um tribunal rejeitou o caso em agosto de 2018, ele foi reaberto como um processo criminal pela Suprema Corte do Sudão em outubro de 2019. As acusações incluíam “invasão criminosa e posse ilegal de propriedades da SCOC”, segundo o portal CSW (Christian Solidarity Worldwide). O confisco de propriedades da igreja foi parte de uma campanha contra as comunidades cristãs do Sudão pelo governo do ex-presidente Omar al-Bashir, que foi deposto em abril de 2019. A campanha contra as igrejas como a SCOC e a Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão incluiu a destruição de edifícios, prisões e processos judiciais contra os líderes.
O governo interino do Sudão demonstrou a intenção de abordar as violações da liberdade religiosa do regime anterior. Em setembro, o islã deixou de ser religião oficial no país. “Há casos semelhantes envolvendo outras denominações da igreja que ainda precisam ser abordados e resolvidos”, disse Illia Djadi, analista da Portas Abertas. “Após esse último desenvolvimento, estamos cautelosamente otimistas de que esses casos também serão resolvidos de forma justa, tanto em termos legais, quanto no respeito aos direitos humanos, incluindo a liberdade religiosa”, completou a analista.
Supostos agressores da igreja são acusados
O procurador-geral em Ombada acusou 13 pessoas de incendiarem uma igreja da SCOC em Jaborana, um setor pobre da capital Cartum. Os incêndios aconteceram em agosto e os réus são acusados de “intimidação” e “brincadeiras criminosas”, e terão que comparecer perante o tribunal de Omdurman. “Essa é a primeira vez que alguém é acusado judicialmente de incendiar ou danificar um prédio da igreja”, informou o portal CSW.
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