Portas Abertas • 5 mai 2014
De acordo com organizações de direitos humanos, as meninas foram obrigadas a se casar e, em alguns casos, os sequestradores as venderam como esposas por duas mil nairas cada uma (pouco menos de R$ 30). Entidades como a ONU e personalidades como o prêmio Nobel de Literatura nigeriano Wole Soyinka pediram a libertação das meninas, assim como campanhas pela internet e manifestações em cidades de todo o mundo. Um grupo de mães das reféns protestou recentemente em frente à Assembleia Nacional da Nigéria para denunciar a falta de informação por parte do governo sobre o caso e exigir mais esforços para o resgate. Número de reféns Além disso, existe confusão sobre o número de meninas libertadas até o momento. ""As meninas sequestradas provavelmente serão responsáveis por cozinhar e limpar para os insurgentes. Mas há a possibilidade de essas meninas serem forçosamente convertidas ao Islã e casarem-se com membros do grupo ou outros homens muçulmanos"", comentou um colaborador da Portas Abertas. A milícia radical luta para instaurar a lei islâmica (sharia) no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, enquanto o sul do país é predominantemente cristão. Desde que a polícia matou, em 2009, o líder do Boko Haram, Mohamed Yusuf, os radicais mantém uma sangrenta campanha que já deixou mais de três mil mortos. Com 170 milhões de habitantes distribuídos em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais populoso da África, sofre múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.
Ela disse que devido à sua virgindade ela foi entregue como esposa a um dos líderes da seita. Segundo seu depoimento, os sequestradores obrigaram as meninas a se converterem ao islamismo e ameaçavam degolá-las caso não seguissem suas instruções.
Após serem sequestradas no colégio, as crianças (dezenas das quais continuam em cativeiro) foram levadas a um campo da milícia fundamentalista na floresta de Sambisa, no estado de Borno no norte do país, base espiritual e de operações do grupo.
O número de menores sequestradas não foi esclarecido. Em um primeiro contato, a polícia informou que 200 meninas tinham sido raptadas, mas depois o exército diminuiu este número para 129. Já os pais das crianças afirmam que 234 estudantes foram feitas reféns.
As autoridades suspeitam que o sequestro foi praticado pelo Boko Haram, nome que em língua local significa ""a educação não islâmica é pecado"".
""Eu não posso imaginar pelo que nossas filhas têm passado. Por favor, ajude-nos a orar e buscar a face do Senhor sobre esta situação e que o bom Deus nos reúna com as nossas filhas amadas novamente"", disse Elder Emma, em Chibok, ao falar com a Portas Abertas após o rapto.
Pedidos de oração