Portas Abertas • 25 set 2019
É muito arriscado ser líder cristão ou pastor em muitos estados mexicanos
Pastores e líderes cristãos no México precisam não apenas de uma fé sólida e um profundo comprometimento com a missão, mas nervos de aço e uma atitude corajosa, já que o país é um dos lugares mais perigosos do mundo para pregar. Essa realidade inegável é ilustrada pelas estatísticas compartilhadas por uma organização sem fins lucrativos, com base no México, que disse que, entre 2012 e 2018, um total de 26 líderes cristãos foram mortos violentamente, dois desapareceram sem rastro e muitos outros foram alvo de sequestros.
O relatório cita dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México (INEGI, da sigla em inglês) referente às seis localizações com os maiores números de homicídios e atos agressivos no país. Isso inclui, mas não se limita, a Cidade do México e os estados mexicanos de Guerrero, Veracruz, Chihuahua e Michoacán. Cartéis de drogas e o crime organizado controlam grandes partes dessas áreas. Todas as 26 mortes ocorreram nesses estados.
As últimas vítimas da violência no país – a primeira em 2019 e que aumentou o número de mortes de líderes religiosos para 27 – foi José Martín Guzmán Veja, de 55 anos, que conduzia uma igreja em Matamoros, no estado de Tamaulipas. O incidente ocorreu no mês passado dentro da igreja. De acordo com pessoas na comunidade que vieram ajudá-lo, ele foi deixado para morrer. Apesar de ser levado para o hospital, morreu pouco depois.
De acordo com a organização, aqueles que ameaçam, atacam e matam líderes cristãos têm um propósito em mente: restringir o trabalho pastoral, porque veem isso como contrário aos seus interesses. Grupos do crime organizado e senhores das drogas consideram líderes cristãos e pastores um incômodo, além de um obstáculo para suas atividades. Toda vez que um líder de igreja é atacado, relatado como desaparecido ou morto, as comunidades são desestabilizadas, deixando as pessoas com medo de mais violência.
De acordo com o diretor da organização, Omar Sotelo, “a liberdade de adoração no México está sendo dizimada, minada e ameaçada pelo crime organizado”, tornando o trabalho de líder religioso, assistente espiritual ou voluntário de igreja um dos mais perigosos no país.
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