Portas Abertas • 31 dez 2019
Minoria cristã teme a ação tanto do governo quanto da população simpatizante do extremismo islâmico
Os moradores do arquipélago de Comores, localizado no Leste da África, foram instruídos pelo Diretor Geral de Assuntos Islâmicos, Mohamed Abdoulbak Mohammed, a não comemorarem o Natal e as festas judaicas entre os dias 24 e 31 de dezembro. Ele comparou as celebrações à corrupção e decadência moral, valores diferentes do islamismo. As atividades relacionadas às datas foram proibidas em locais públicos, hotéis, clubes e casas que indicam a presença de cristãos.
A população ainda foi informada que a polícia e a guarda-costeira estavam autorizadas a tomar medidas para impedir as comemorações, inclusive prender cristãos e proibir as reuniões e atividades da igreja. O resultado da desobediência às ordens seriam condenação com base legal. O discurso da autoridade foi divulgado em jornais locais e mídias sociais e preocupou a pequena comunidade cristã nativa que vive nas ilhas Comores.
Em 2009, o governo de Comores promoveu um referendo em que a maioria votou pela mudança da Constituição local. A ação resultou na declaração do islamismo como religião do Estado. Desde então, a existência de outras crenças tem sido dificultada. A atitude do Estado favorece o crescimento do extremismo dos muçulmanos, principalmente nas ilhas de Anjouan e Moheli. Não é apenas a população que tem simpatia pelo radicalismo muçulmano, os funcionários do governo, líderes religiosos e grupos de jovens muçulmanos estão cada vez mais intolerantes aos cristãos locais.
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