Mulheres cristãs enfrentam perseguição escondida

Pesquisa mostra como a perseguição às mulheres é "complexa, violenta e escondida"

Portas Abertas • 24 mar 2019


Cristãs que foram perseguidas por crer em Jesus oram em conferência de mulheres na Etiópia

Cristãs que foram perseguidas por crer em Jesus oram em conferência de mulheres na Etiópia

Rita é uma cristã de Qaraqosh, no Iraque, que tinha 26 anos quando o Estado Islâmico (EI) invadiu o país, em 2014, e a levou cativa. Ela foi comprada e vendida como escrava sexual quatro vezes e só foi libertada em 2017. Somente após quase quatro anos de cativeiro é que ela foi reunida ao seu pai. Apenas agora a Organização das Nações Unidas (ONU) começou formalmente a investigar os crimes do EI na região. Alguns especialistas observam que as mulheres cristãs não estão trazendo a público esses casos por dois motivos: ou ainda estão traumatizadas ou acham que foram tratadas de forma tão vergonhosa que é difícil falar publicamente.

Essa forma de perseguição “escondida” é o foco do último relatório da unidade de pesquisa da Portas Abertas, que a cada ano é responsável por lançar a Lista Mundial da Perseguição. É a forma de perseguição que passa sem ser admitida pelas vítimas e suas comunidades. Neste Dia Internacional para o Direito à Verdade para as Vítimas de Graves Violações dos Direitos Humanos, lembramos que o cristianismo é a religião mais perseguida do mundo: mais 245 milhões de cristãos experimentam perseguição.

O relatório da Lista Mundial da Perseguição 2019 revela que em 34 países os homens cristãos são principalmente sujeitos a importunação econômica, no que diz respeito aos negócios, trabalho e acesso a empregos. Entretanto, em cerca de um quinto dos países, o relatório mostra o quão “complexa, violenta e escondida” a perseguição é para as mulheres. Os tipos de pressão que as mulheres enfrentam são cinco: violência sexual, casamento forçado, estupro, “humilhação e fuga”, e divórcio forçado e perda da guarda dos filhos.

As formas da perseguição contra as mulheres

A violência sexual geralmente acontece dentro da família extensa ou comunidade local, como um meio de poder ou controle, o que foi relatado em 59% dos países. No Quênia, por exemplo, professoras cristãs se queixam de importunação sexual por parte dos alunos em áreas de maioria muçulmana. Os casamentos forçados foram relatados em 57% dos países. Na Nigéria, muitas jovens são obrigadas a se casar com um não cristão. O fato de haver leis que permitem o casamento de menores em alguns estados só contribui para esse problema.

Estupro foi relatado em 47% dos países. Na Líbia, é usado como uma forma de punição pela conversão ao cristianismo. No Iêmen, em uma cultura em que a opressão da mulher é normal, as mulheres cristãs ex-muçulmanas são duplamente vulneráveis. São expostas ao risco de estupro e prisão, entre outras formas de perseguição. Por “humilhação e fuga” entende-se uma forma mais sutil de perseguição, em que as mulheres são levadas a tal ponto de vergonha que são expulsas pela comunidade. No Nepal, por exemplo, “as mulheres e meninas cristãs são sujeitas à violência sexual. Inicialmente, elas são pressionadas pela família, mas o abuso físico começa gradualmente até que elas sejam consideradas como excluídas pela família e comunidade.

O divórcio forçado está presente em 35% dos países e a perda da guarda dos filhos em 31% como formas de perseguição a mulheres cristãs. Na Argélia, é muito provável que uma muçulmana que se converte a Cristo seja abandonada pelo marido, ficando sem sustento financeiro; elas podem acabar na rua. A custódia dos filhos pode ser retirada delas, bem como direitos de herança. Na Mauritânia, as mulheres são sujeitas ao pai ou ao marido. Deixar o islã significa que não consideram mais o homem como autoridade, envergonhando a família. Isso trará graves consequências, principalmente porque a maioria das mulheres é totalmente dependente financeiramente da família. Mulheres casadas que se convertem podem facilmente ser abandonadas pelo marido, ficando sem meios para sobreviver.

Apoie cristãs perseguidas
Ore pela situação da mulher, que é ainda mais delicada em países onde há perseguição aos cristãos. Você ainda pode fazer mais. Com uma doação, você ajuda cristãs egípcias a serem discipuladas e treinadas para terem bases sólidas na fé.

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A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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