Portas Abertas • 1 out 2019
Até mesmo crianças são mortas por grupos islâmicos radicais atuantes no país
Hoje, a Nigéria completa 59 anos desde sua independência. Mas de acordo com um líder de igreja, a violência no país continua com a falta de ação do governo. Um exemplo disso, é que uma mulher grávida e uma criança estavam entre quatro pessoas mortas em ataques dos pastores de cabra fulani no estado de Plateau, na Nigéria. Os responsáveis pelo ataque fizeram como alvo moradores das vilas de Ancha e Tafigana, na área do governo local de Bassa, como relatado pelo site de notícias Nasoweseeam Online.
Margaret Wakili, de 27 anos, da vila de Ancha, estava grávida de seis meses e foi morta em uma plantação onde visitava o marido. Os dois tentaram fugir, mas os agressores pegaram a esposa. Enquanto a matavam, o marido os ouvia gritar: “Allahu Akbar (que significa Alá é grande), nós matamos uma infiel, precisamos matar mais”. Ele identificou os oito agressores como fulani de Hayin Rukuba. Uma mulher mais velha na vila também foi morta.
Em Tafigana, um líder cristão de 46 anos, Thomas Wollo, e seu filho de 7 anos, Nggwe Thomas, foram mortos e decaptados quando voltavam para casa à noite após um ensaio do coral. Após as mortes, os responsáveis pelos ataques foram a vilas próximas onde destruíram plantações que valiam milhões de naira (moeda local), de acordo com Zongo Lawrence, secretário de publicidade da Associação de Desenvolvimento da Juventude de Miango. “Nós temos experimentado ataques diários dos pastores de cabra fulani em nossas comunidades, principalmente aos domingos e quintas, que são dias de culto e feira, respectivamente. Eles querem nos tirar daqui a todo custo, mas não estamos prontos para abrir mão de nossas terras, não importa o quanto seus atos sejam terríveis”, disse o secretário.
O ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, disse que está profundamente preocupado sobre o movimento de violência em que o país parece estar preso, publicou o jornal The Guardian. Em uma carta aberta endereçada ao atual presidente, Mohammadu Buhari, ele alertou as consequências caso o governo não consiga lidar com a situação.
O governo da Nigéria tem sido criticado por sua falta de ação que, de acordo com a Anistia Internacional, leva a um aumento no conflito entre pastores de cabra e agricultores. Como divulgado pelo World Watch Monitor, os ataques se concentram em estados do Cinturão Médio da Nigéria, que fica entre a linha pré-colonial que divide o norte, predominante muçulmano, do sul cristão.
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