Portas Abertas • 9 set 2020
Governo nega a presença do coronavírus, mas a população está colhendo as consequências da pandemia na Coreia do Norte
No dia 9 de setembro de 1948, foi fundada a República Popular Democrática da Coreia, mais conhecida como Coreia do Norte. Desde então, o totalitarismo comunista governa o país número 1 na Lista Mundial da Perseguição 2020. Isso indica que para ser cristão no país é necessário manter a fé em segredo, com risco de prisão e até morte. Neste ano, as comemorações não serão as mesmas, pois os governantes estão em alerta por causa da pandemia. Apesar do ditador Kim Jong-un negar a presença do coronavírus no país, a população convive e chama o problema de “doença fantasma”.
Segundo o irmão Simon, que trabalha com refugiados norte-coreanos em outros países da região, a COVID-19 já fez algumas vítimas na nação comunista. “As pessoas podem ficar doentes sem saber. Elas geralmente já estão desnutridas. Então, de repente, elas morrem rapidamente. Algumas até caem mortas no chão”, explica.
A gravidade da situação aumenta porque não há remédios e nem testes para descobrir se os óbitos são causados pelo coronavírus. “O governo central e as autoridades locais estão com muito medo da propagação da doença. A única coisa que podem fazer é impor bloqueios”, completa.
A Portas Abertas alertou que mesmo não admitindo os casos de COVID-19, a Coreia do Norte está enfrentando as consequências da pandemia, como o aumento nos preços e escassez de alimentos. “A fronteira com a China está fechada, o que impede a maioria das atividades de comércio e contrabando”, afirma Simon.
Segundo testemunhas, muitos trabalhadores norte-coreanos que viviam no exterior voltaram para o país no início da crise mundial e levaram consigo o vírus mortal. De acordo com Simon, as ausências do líder da nação são um sinal de que ele também teme a doença. ”Kim Jong-un até deixou Pyongyang para diminuir a chance de ele ficar doente. Ele é jovem, mas está acima do peso e tem um problema cardíaco. Ele não deve ter se sentido seguro, e é por isso que ele foi para Wonsan. Provavelmente, ele ainda está lá”, acredita.
A Portas Abertas tem prestado assistência emergencial para cristãos norte-coreanos em outros países, como China e Coreia do Sul. Muitos recebem comida, remédio, roupas de inverno e outros bens necessários para a sobrevivência. “Assim que as pessoas conseguirem sair do país, podemos lhes dar os meios para sobreviver. Recentemente, tivemos a oportunidade de dar um pouco de alívio aos nossos irmãos. Estamos esperando a próxima chance”, finaliza.
© 2024 Todos os direitos reservados