Portas Abertas • 5 jun 2004
Após apelos de líderes cristãos, autoridades nigerianas proibiram uma procissão de muçulmanos que aconteceria hoje ao norte da cidade de Kano.
A polícia declarou como ilegal a passeata de sábado pelo grupo Qadiriyya Sufi. Há 59 anos ela vem sendo realizada.
No mês passado, dezenas de cristãos foram mortos em confrontos públicos em Kano.
A Associação de Cristãos da Nigéria disse que recebeu uma informação de que a passeata estaria tomada por agentes de destruição e extermínio em massa.
Tensões religiosas são freqüentes na Nigéria desde o massacre de centenas de muçulmanos no estado do planalto central, em maio.
A polícia não teve outra escolha além a de proibir a procissão. Isto é para evitar que causem mais desordem, disse o porta-voz da polícia de Kano Mohammed Baba.
Muitas pessoas ainda estão desalojadas e há muitas feridas a serem curadas.
Kano é predominantemente muçulmana, mas há uma pequena comunidade cristã que foi alvo de tumultos no mês passado.
A procissão anual é organizada em comemoração ao fundador da ordem Abdulkadir Jilani, que viveu no Iraque durante o século XI.
Mais de dez mil pessoas foram mortas devido à violência política, étnica e religiosa no país desde o fim do regime militar em 1999.
Na Nigéria, combinando-se as comunidades cristã e animista, obtém-se um número aproximadamente igual ao da população da comunidade muçulmana. Os cristãos vivem, predominantemente, no sul do país.
Leia no original na BBC
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