Portas Abertas • 27 jul 2004
Um cristão egípcio, que foi brutalmente torturado pela polícia militar por causa de sua fé, agora está como um refugiado político vivendo no Canadá e usando sua liberdade para começar uma organização internacional para cristãos perseguidos.
Mageed al-Shafie, de 27 anos, é estudante de direito e fugiu de sua terra natal no ano de 1999, passou por abusos físicos terríveis depois de a polícia ter descoberto que ele começou uma organização cristã clandestina que finalmente passou a crescer acumulando milhares de pessoas.
"Eu fui fisicamente torturado por sete dias, pois eu não passaria para a polícia os nomes de meus amigos cristãos", disse ele a revista Charisma. Mais tarde, ele acabou acordando em um hospital e, depois de se recuperar, foi declarado insano pelo governo e colocado em uma detenção por oito meses.
Um de seus oficiais então confidenciou que uma corte militar tinha secretamente sentenciado-o à pena de morte por acusações de tentar mudar a religião nacional do Egito, ou seja, do Islamismo para o Cristianismo.
Naquela noite, Mageed fugiu do país, atravessando o mar Vermelho em um jet ski enquanto se desviava de navios militares.
Quando ele chegou em Israel, ficou preso por dezesseis meses até que a ONU o declarou refugiado político. Com a ajuda da Embaixada Cristã Internacional, Mageed mudou seu nome, recebeu passaporte e também um disfarce e imigrou-se para Toronto em fevereiro do ano de 2002.
Apoio da família da igreja
Embora os parentes dele o tenham desertado por tornar-se cristão, ele disse que a igreja na América do Norte o tem tratado como se ele fosse da família. "Mageed é uma grande pessoa com uma enorme paixão por Deus", disse Donna Holbrook, diretora canadense da Embaixada Cristã.
"Ele é um porta-voz eloqüente que é bem recebido quando me acompanha nas sinagogas e em outros encontros judaicos. Isso não é nem um pouco comum, levando em conta o fato de ele ser egípcio e ex-muçulmano, mas Mageed tem uma habilidade para juntar diversos grupos".
Mageed também fala freqüentemente nas igrejas, escolas e organizações de direitos humanos sobre o luta dos cristãos perseguidos.
Mageed começou a One Free World International, organização de direitos humanos em favor dos cristãos perseguidos, em julho de 2003 e começou a transmitir o "River of Love", um programa semanal de rádio passado no idioma árabe.
Segundo ele, 425 muçulmanos egípcios se converteram através do programa até agora.
Sendo ele um dos 67 mil cristãos de sua nacionalidade que passaram ao cristianismo sofrendo torturas e prisões, Mageed planeja processar o governo egípcio por tais atrocidades.
"A resolução da ONU na liberdade de religião declara que qualquer um no mundo tem o direito de liberdade de pensamento, consciência e religião, e a liberdade de praticar sua fé em público", disse ele.
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