Polícia iraniana faz megaoperação e prende mulheres sem véu

Portas Abertas • 13 ago 2004


Em 12 de julho, a "polícia moral" iraniana fez várias batidas em Teerã, em uma aparente ação concatenada para surpreender mulheres que rompem o rigoroso código de vestimenta islâmico.
Testemunhas dizem que dezenas de jovens foram presas em batidas em shopping centers e lojas na capital.

A polícia também confiscou várias peças de roupa consideradas muito reveladoras.

Após vencerem as eleições parlamentares em fevereiro, políticos linha-dura alertaram que não tolerariam o que eles descreveram como "corrupção social".

Verão

Segundo correspondentes, entretanto, as batidas podem ser apenas a habitual operação "antivício" efetuada todos os anos durante o verão.

Desde a revolução islâmica de 1979, as leis do Irã dizem que todas as mulheres devem usar o véu e um longo manto que esconde suas formas. As que desrespeitam a lei estão sujeitas a multas e até prisão.

Testemunhas disseram que vários policiais - incluindo policiais mulheres - invadiram os centros comerciais no oeste de Teerã e levaram dezenas de jovens em ônibus especiais.

Lojas vendendo moda para mulheres - especialmente capas de cores fortes que colam no corpo - também foram vistoriadas pelos policiais.

Recentemente, o chefe de polícia de Teerã avisou que qualquer pessoa envolvida no que ele chamou de corrupção social seria punida, disse o correspondente da BBC na região, Sadeq Saba.

Relatos de outras grandes cidades iranianas indicam que medidas rigorosas semelhantes estão sendo adotadas em outros centros, informou Saba.

Recentemente, na cidade histórica de Isfahan, a polícia proibiu mulheres sem o véu islâmico de entrarem em espaços públicos, informou a agência oficial de notícias do país, Irna.

A agência disse também que as autoridades proibiram a música ao vivo em salas de recepção e eventos públicos.

Desde que foram eleitos, os conservadores vêm aumentando a pressão sobre as autoridades para que combatam o que eles chamam de "erosão dos valores islâmicos", diz o nosso analista.

Os políticos radicais estão irritados com a atitude das mulheres iranianas, que cada vez mais desafiam as regras, vestindo mantos mais curtos, mais justos e de cores mais vivas, especialmente durante os sufocantes meses de verão.

Muitos acreditam, no entanto, que as batidas serão contra-producentes em um país com uma população jovem, educada e cada vez mais rebelde, afirma Saba.

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