Portas Abertas • 10 nov 2004
O Rev. Rinaldy Damanik, que foi preso acusado falsamente, caminhou em liberdade para fora dos portões da penitenciária nesta terça, dia 9 de novembro, quase um ano antes da data combinada para sua libertação.i
Damanik, uma importante figura nas negociações de paz entre as comunidades Cristãs e Muçulmanas da ilha de Sulawesi, foi condenado acusado de porte ilegal de armas em junho de 2003, e sentencionado a três anos de prisão.
Muitas testemunhas acreditavam na inocência de Damanik. Testemunhas na corte disseram que o reverendo foi torturado pela polícia e forçado a assumir a culpa. O juiz Somanada admitiu que várias irregularidades aconteceram durante as investigações das acusações, mas ainda assim, Damanik foi condenado.
Um clérigo muçulmano,Idrus. R. al Habsy, tornou-se um incondicional advogado para a soltura de Damanik depois de ouvir sobre seus esforços pela paz. No dia 20 de agosto, esse clérigo escreveu para o MInistério da Justiça e Direitos Humanos declarando que Damanik "é um homem de bom caráter, que deveria ser liberto de suas acusações"
Amigos, família e membros da imprensa que esperavam no lado de fora dos portões do Centro de Detenção Maesa na manhã de terça, esperaram mais de duas horas por causa da burocracia na hora da libertação do reverendo.
Damanik finalmente foi trazido para fora da prisão por volta das 10h30 e falou brevemente com os repórteres, deixando o local com sua família. Ele planeja ficar Palu para participar de um encontro em uma igreja onde falará como sendo o novo Presidente da Igreja Critã do Centro de Sulawesi antes de viajar para Tentena, sua cidade natal.
Damanik foi eleito para este cargo no dia 17 de outubro, enquanto ainda estava na prisão.
Falando apar a imprensa, Damanik expressou gratidão por todos os que deram suporte nesses anos de prisão. Depois ele se encontrou com um membro da equipe de Portas Abertas e agradeceu particularmente pelas orações, suporte financeiro e moral que Portas Abertas providenciou.
Durante o tempo de prisão, Damanik recebeu um total de 26,866 cartas e cartões de cristãos de todo o mundo. Muitos deles escreveram através de campanhas de cartas de Portas Abertas.
Damanik peiu para sua filha Nanda guardar todas as cartas que recebeu e disse que fez um esforço para ler cada uma, mesmo que algumas vieram em idiomas desconhecidos para ele.
Antes de sair, em julho, Damanik deu uma entrevista da prisão e disse que quando fosse solto, continuaria fazendo exatamente o que fazia antes de ser preso.
"Não sou um herói," acrescentou. "Sou apenas um ser humano normal. Se houver alguma injustiça feita pelo governo, novamente me colocarei como uma voz contra isso", damanik afirmou.
"Existem duas coisas que gostaria de fazer se pudesse. Primeiro, gostaria de me encontrar com todos os refugiados que estão nos campos para agradecê-los por me apoiar. Em segundo lugar, gostaria de agradecer a todos os que me apoiaram e especialmente às crianças que me mandavam desenhos de árvores, nuvens e céus azuis. Talvez elas soubessem que eu não podia ver essas paisagens na prisão".
Ao comentar sobre a responsabilidade dos cristãos em relação à violência, Damanik disse que a Igreja precisa orar e abençoar seus inimigos: "É claro que não podemos ser covardes em face da injustiça. Não podemos expressar raiva e vingança, mas precisamos falar e expressar a verdade e o amor".
"Finalmente, nós cristãos devemos nos olhar no espelho e ver nossas falhas antes de apontar o dedo para os outros. Precisamos limpar nossas próprias casas primeiro."
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