Tribunal australiano condenou dois pastores evangélicos por falar mal

Portas Abertas • 22 jan 2005


No último dia 17 de dezembro um tribunal da Austrália condenou como culpados dois pastores evangélicos no delito de incitação ao ódio religioso contra o Islã e a comunidade muçulmana. Os dois evangélicos, Danny Nalliah e Daniel Scot pertencem à organização Catch the Fire Ministries, que pretende evangelizar os povos que estão sobre o domínio muçulmano.

Danny Nalliah foi ordenado a pastor na Assembléia de Deus, mas agora é presidente do ministério Catch the Fire que é independente. Ele nasceu no Sri-Lanka e após vários anos de serviços ali, foi enviado por sua igreja para trabalhar como missionário na Arábia Saudita, de onde fugiu há dois anos atrás, perseguido pelas autoridades muçulmanas por pregar o Evangelho. Desde então, sua maior preocupação é alcançar pessoas submetidas ao Islã.

Daniel Scot, nasceu com o nome de Ahmed Siddiqi no Paquistão, conhece a fundo o Islã, mas se converteu ao cristianismo e agora é pregador do Ministério Catch the Fire.

Os dois foram condenados por declarações supostamente efetuadas durante um seminário Celebrado em março de 2002 e outras publicadas em vários artigos no boletim do Ministério.

Em suas declarações, Daniel Scot havia afirmado, por exemplo, que o alcorão dos muçulmanos promove a violência, o assassinato e que os muçulmanos são mentirosos e demoníacos. Esse tipo de afirmação, supostamente formulada por Daniel, foi colhida por uma testemunha do Conselho Islâmico de Victória, que preparou o caso para ser levado ao tribunal e aprovar assim uma nova legislação australiana. Além disso, um artigo que apareceu em algumas publicações da igreja afirma também que o Islã é uma religião associada ao terrorismo.

Os dois pastores foram condenados com base na seção oitava da recente Ata de Tolerância Racial e Religiosa, que condena a incitação ao ódio racial ou religioso contra qualquer religião (esse é o primeiro caso da nova lei).

A ata proíbe uma pessoa incitar o ódio, fomentar o desprezo, criar repulsão ou colocar alguém ao ridículo uma pessoa ou grupo por razão de suas crenças ou atividades religiosas. Entre as penas que o juiz pode impor está a pena de indenização econômica em favor da comunidade muçulmana, assim como uma ratificação pública (a imprensa australiana tem feito um grande descaso desse acontecimento, divertindo-se tanto com os muçulmanos como com os evangélicos).

As declarações foram efetuadas de uma forma que era essencialmente hostil para todos os muçulmanos, seu deus, o profeta Mohamed, as crenças e as praticas religiosas muçulmanas em geral.

Cabe também acrescentar que a comunidade muçulmana também contou em sua denuncia com o entusiasmado apoio público de outras entidades religiosas como, a igreja católica, a igreja anglicana, a comunidade judaica e a igreja da unificação (um dos nomes do grupo de Sun Myung Moon). O presidente do conselho Islâmico, Yasser Suleiman, disse: É importante ressaltar que todos juntos façamos frente à incitação. Compreendemos que os ataques contra uma religião é uma ferramenta utilizada por extremistas para espalhar sua
ideologia.

Yasser Suleiman disse que a decisão judicial permitirá mais facilmente a integração da comunidade muçulmana dentro da sociedade australiana, já que quando as pessoas são demonizadas está se negando a capacidade de arrumar empregos, relacionar-se de forma normal com as pessoas e sentir-se seguro.

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