Nigéria anuncia filiação a banco islâmico

Portas Abertas • 1 jul 2005


A Nigéria anunciou formalmente sua associação ao Banco Islâmico de Desenvolvimento (IDB), apesar dos protestos dos líderes cristãos, que vêem o movimento como uma continuação da islamização do país, aumentando o clima já tenso entre as duas religiões no país.

O IDB é dirigido de acordo com os princípios da sharia, a lei islâmica. O banco foi estabelecido em 1973, na Arábia Saudita, com matriz em Jeddah.

Dr. Ngozi Okonjo-Iweala, ministro das finanças na Nigéria, anunciou a filiação do país como o 55º membro da instituição bancária no dia 15 de junho. Okonjo-Iweala declarou que o governo nigeriano pagou a quantia de $ 3,4 milhões ao banco como parte inicial do contrato.

Para tornar-se membro, o país deve ser membro da Organização da Conferência Islâmica (OIC), pagar seu capital à contribuição ao capital do banco e estar disposto a aceitar os termos e condições decididos sob o Corpo Diretivo do IDB. A OIC é uma organização internacional de países que reúnem recursos para falar com uma voz de salvaguarda no interesse de todos os muçulmanos no mundo. A Nigéria se associou ao OIC em 1986.

Okonjo-Iweala disse em uma conferência de imprensa em Abuja, capital do país, que a Nigéria teria manifestado o interesse de se juntar ao banco em 1999, mas polêmicas religiosas atrapalharam na decisão, forçando o país a adiar o processo de membresia.

No dia 25 de maio, legisladores cristãos e muçulmanos na Câmara dos Deputados se opuseram enquanto debatiam a decisão do país em se juntar ao banco.

Dezesseis membros muçulmanos da Câmara se manifestaram perante o governo exigindo que a Nigéria se tornasse membro do banco. Os cristãos viram isso como o desejo de aumentar ainda mais o processo de islamizar o país.

Datti Baba Ahmed, legislador muçulmano e porta-voz dos dezesseis membros da Câmara, alegou que a filiação da Nigéria irá atrair empréstimos de até $ 200 milhões para o país anualmente.

Entretanto, Halims Agoda, legislador cristão, ressaltou que a Constituição de 1999, proíbe o governo de adotar qualquer religião como religião oficial do estado. Ele ainda disse que a filiação do país junto ao banco indicará que o país é um estado islâmico.

A posição de Agoda foi apoiada por Oyedokin e Wal Okediran, ambos legisladores cristãos, que disseram que irá prevalecer o clima religioso atual no país, e que a Nigéria não deveria fazer parte desse banco.

O debate sobre esse assunto ficou sem conclusão e as tensões permaneceram entre os deputados, já que os dois lados continuaram com suas opiniões diferentes. A liderança da Câmara adiou rapidamente o assunto. Enquanto que outros nigerianos aguardavam ansiosamente ver o desfecho do caso.

Oknjo-Iweala disse que apesar do apelo dos cristãos contra a filiação, o governo decidiu seguir em frente, "O IDB é uma instituição financeira multilateral que promove o desenvolvimento econômico e social de seus membros".

Ainda explicou que o banco desenvolve funções semelhantes ao Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento.

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