Portas Abertas • 11 jul 2005
Em um discurso pronunciado perante os amigos e colaboradores ingleses da organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o sacerdote sudanês Todo Logworo afirmou que o martírio ainda é "o preço mais alto a se pagar" para que se viva no Sudão a tão esperada paz entre o norte e o sul.
Na sede da AIS, em Liverpool, o sacerdote afirmou que "o martírio é real". Os cristãos desse país africano se deparam com um dilema: sucumbir à tentação de permanecerem calados ou terem a ousadia de "proclamar sua fé em defesa da liberdade religiosa".
O presbítero, que perdeu uma perna há 20 anos durante o conflito no norte do Sudão, manifestou que existem muitos problemas para os cristãos no país: a demolição de igrejas, as dificuldades para conseguir trabalho, as pressões que sofrem dos muçulmanos para usar a roupa típica da religião deles e os castigos que suportam ao serem encontrados com álcool.
Mesmo assim, ele louvou "o trabalho dos bispos do país, liderados pelo arcebispo de Cartum, cardeal Gabriel Zubeir Wako, que tem a ousadia de defender os direitos humanos, a dignidade do indivíduo, a igualdade e a justiça. Estamos orgulhosos deles porque são verdadeiros líderes". "A política e a religião são inseparáveis no Sudão. Com o islamismo como a religião do Estado, este é um tempo de temor para ser católico", acrescentou.
Texto enviado por Daila Fanny.
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