Reportagem analisa a direita religiosa nos EUA

Portas Abertas • 25 jul 2005


A revista "The Economist" publicou recentemente uma ampla reportagem sobre o avanço da direita religiosa nos Estados Unidos, na qual afirma que o "braço político da América cristã é mais complexo e dinâmico do que parece". Leia a matéria na íntegra:

Esta semana, pelo quarto ano consecutivo, o Presidente George Bush interrompeu sua agenda para falar na Convenção Batista do Sul. Bush prometeu ao rigoroso grupo evangélico, com 16 milhões de membros, que faria de tudo para banir o casamento gay e o aborto, e que defendia os mesmos "valores familiares" que os presentes.

Após o "Julgamento do Macaco" (caso Scopes versus Estado do Tenessee) em 1925, quando as idéias criacionistas caíam em descrédito, a opinião dos fundamentalistas do Cinturão da Bíblia instalados no governo deve ter parecido bizarra. Nos anos 60, muitos americanos liberais pensavam que a religião havia sido retirada de praça pública por uma boa causa. Mas hoje em dia o presidente, o secretário de estado e o porta-voz da Casa Branca aceitam o rótulo de evangélicos. Toda quinta-feira acontece um café da manhã de oração no Congresso. E os liberais sempre afirmam que um dos dois maiores partidos dos EUA tem feito tudo para criar uma teocracia - apoiado por algo entre um quarto e um terço da população.

Da esquerda, Howard Dean, presidente do Partido Democrata, referiu-se depreciativamente aos republicanos como "um partido de cristãos brancos". John Danforth, ex-senador republicano e defensor dos "cristãos moderados", comentou com o New York Times semana passada que os dois principais acontecimentos políticos dos últimos dez anos foram a ascensão da direita cristã e o acirramento da disputa partidária - e que um fenômeno está ligado ao outro.

Sem dúvida, os cinco primeiros meses do segundo mandato de Bush parecem confirmar o fato. A direita religiosa exerceu um papel decisivo na intervenção de última hora do Congresso para "salvar" a vida de Terri Schiavo, uma mulher da Flórida com graves danos cerebrais, como na tentativa de evitar a tática da obstrução que os senadores democratas usaram para retardar as nomeações de juízes feitas por Bush. O quadro deve ficar ainda mais sangrento e não vai demorar muito. No Estado de Massachusetts, Mitt Romney, o ambicioso governador republicano, está brigando para impedir o casamento gay. Na Califórnia, está em votação uma iniciativa para que se notifiquem os pais quando menores de idade procuram um médico para abortar. As duas disputas mais intrigantes do próximo ano envolvem política religiosa: na Pensilvânia, Bob Casey, um dos pouquíssimos democratas pró-vida, tem uma grande chance de desbancar Rick Santorum, o conservador mais polêmico do Senado; na Geórgia, Ralph Reed, o Wunderkind da direita cristã, está concorrendo ao cargo de vice-governador.

Afinal, as batalhas Schiavo e da obstrução não passaram de escaramuças diante da guerra que será deflagrada quando Bush nomear uma nova Suprema Corte.  Isso poderá ocorrer em 27 de junho, quando o tribunal entrará em recesso e o presidente da corte, William Rehnquist, que está doente, deve anunciar sua aposentadoria.

No princípio

Por que a direita religiosa é tão poderosa? A questão intriga até mesmo os americanos. O país como um todo não está se tornando mais religioso. A distância entre os EUA e os países europeus vem crescendo, mas isto se deve em grande parte ao crescente número de pessoas que não acreditam em Deus na Europa. A maioria dos americanos afirma que ter uma religião é muito importante (60%) ou importante (26%), mas Karlyn Bowman, analista de pesquisas do American Enterprise Institute, ressalta que esses números eram de 75% e 20% em 1952.

O que mudou? Primeiro, o perfil da América protestante e, segundo, o realinhamento da política da América religiosa. As igrejas liberais diminuíram, enquanto vertentes mais radicais, como as dos batistas do sul, não param de brotar. Os evangélicos brancos, que vêem a Bíblia como a verdade literal, já somam 26% da população. 

Não é só uma questão de números, mas de confiança. O universo de convertidos ao cristianismo não é mais formado de caipiras, mas de pessoas com maior poder aquisitivo e escolaridade mais alta do que a do americano médio. Atualmente existem 500 faculdades cristãs nos EUA e divisões evangélicas nas Ligas Ivy. Basta ir a uma das feéricas megaigrejas e constatar que o público que sai dos carrões nos estacionamentos do Wal-Mart é composto de engenheiros de software, médicos e professores.

Tome-se, por exemplo, o amigo de Bush, Richard Land, que lidera a divisão de política pública dos batistas do sul. Sua postura diante de questões morais é inflexível. Mas o pastor Land, que estudou em Princeton e Oxford, é capaz de discorrer tranqüilamente sobre a economia da Índia e o sistema de impostos progressivos ("flat tax"). Land afirma que um em cada três baby-boomers (a geração dos nascidos entre 1943 e 1960) hoje se identifica como evangélico.

E, para contrariar um outro estereótipo, não são todos brancos puros. Há cerca de 25 milhões de evangélicos negros, que parecem estar pendendo ligeiramente para a direita; e novos imigrantes também fornecem milhares de recrutas. Larry Eskridge, do Instituto de Estudos de Evangélicos Americanos do Wheaton College, estima que haja 8 milhões de evangélicos latinos. Um número enorme de americanos asiáticos também é cristão fervoroso.

A direita religiosa não é representada só por evangélicos. Nas últimas eleições, Bush ganhou votos dos católicos, atraindo 72% dos católicos supostamente tradicionalistas. Pesquisas independentes também sugerem que um número significativo de judeus ortodoxos votou em Bush. Em vez de se dividir entre partidos, religiosos de todas as fés estão fortemente ancorados no Partido Republicano. Uma pesquisa do Zogby em novembro passado concluiu que a nação é formada por 29% de "tradicionalistas religiosos", 58% destes, republicanos.

O poder da organização

A tendência da América religiosa à direita deve-se a dois fatores: organização conservadora e superação do conceito liberal. A constante lamúria da direita cristã sobre "juízes ativistas liberais" que excedem os limites de seu mandato tem alguma procedência. Nos anos 60 e 70, graças aos juízes, os EUA deixaram de ser um país onde o dia nas escolas começava com uma oração e o aborto e a pornografia eram práticas condenáveis, e passou a ser um país onde a oração nas escolas foi banida e o aborto e a pornografia passaram a ser protegidos pela constituição.

O fato de a justiça tomar decisões tão à frente da opinião pública num país de religiosos favoreceu a direita religiosa. Levou os evangélicos brancos para a arena política e convenceu todos os tipos de religiosos a se unir. Protestantes e católicos, antes em forte desacordo, chegaram a um denominador comum, sobretudo no que se refere ao aborto.

Mas as organizações conservadoras também criaram seu próprio momento. Veja-se o alcance do Focus on the Family, um império que emprega 1.400 pessoas em Colorado Springs e cujo público global soma 220 milhões de pessoas, entre programas de rádio, TV, livros, e-mails em massa e aconselhamento. Seu fundador, Jim Dobson, ex-professor de psicologia infantil, ressalta que o foco da considerável energia do ministério continua sendo a vida familiar, mas sua participação na política pública está crescendo. No ano passado, o Focus criou um comitê de ação política que gastou milhões nas eleições e aplicou ,2 milhão na questão da obstrução no início deste ano.

O Focus exemplifica duas marcas do movimento: inovação e competição. Essa sofisticação também se estende à política. No que diz respeito ao aborto, os conservadores sociais têm tido muito mais sucesso agora que pararam de esbravejar para que a prática seja considerada ilegal (o que poucos americanos querem) e passaram a tentar limitá-la (o que a maioria deseja). Atualmente há leis em 34 estados exigindo que os pais sejam notificados quando uma menor de idade procura um médico para abortar. E o Congresso está considerando exigir dos médicos que avisem as mulheres que o aborto após 20 semanas causará sofrimento fetal.

"Você come maçã dando uma mordida de cada vez", argumenta Land, ressaltando que, com o casamento gay e o aborto, a atual posição da direita religiosa é deixar as decisões às legislaturas estaduais como acontece na Europa. Tanto Land como Dobson opõem-se pessoalmente à união civil gay, mas a emenda federal sobre casamento não a descarta porque, nas palavras de Land, "poderia se transformar numa questão de direitos civis, e não numa questão de casamento". Land aprecia deixar a linguagem dos direitos civis com a esquerda, acusando a União Americana de Liberdades Civis, por exemplo, de "fanatismo anti-religioso".

Um outro sinal da sofisticação da direita religiosa é a nova e formalizada ênfase na coordenação. O Arlington Group, uma coalizão de 60 grupos pró-família, começou com uma reunião informal de 23 líderes em Arlington, Virgínia, em maio de 2003, mas ganhou impulso a partir da decisão da justiça de Massachusetts de legalizar o casamento gay, em novembro daquele ano. Atualmente abrigados no prédio do Family Research Council, em Washington, DC, o grupo apoiou as iniciativas estaduais no sentido de banir o casamento gay em novembro de 2004. Em janeiro deste ano, o grupo acrescentou outras causas à sua agenda, entre as quais aborto, iniciativas baseadas na fé e confirmações de juízes.  Além disso, Arlington trabalha conforme as necessidades surgem. Por exemplo, reúne membros do grupo que sejam especialistas jurídicos para estudar decisões da justiça.

Essa forte tendência à coordenação é complicada por uma tentativa de estender a mensagem a questões como meio ambiente ("cuidado com a criação") e pobreza, ambas tradicionalmente associadas com a esquerda. Muitos líderes vêm desconfiando de mancomunação com tipos esquerdistas; outros a vêem como uma maneira de fortalecer a coalizão. Até aqui, as principais alianças com a esquerda foram no campo relativamente seguro da política estrangeira. Há pouco tempo, Rick Warren, pastor cujo "Uma Vida com Propósitos" vendeu 20 milhões de cópias, escreveu para o Presidente Bush pedindo que a dívida dos países mais pobres seja perdoada, e a direita religiosa uniu-se aos democratas negros para aprovar a Lei de Paz do Sudão em 2002.

Nem sempre se consegue tudo

A ousadia organizacional da direita religiosa é impressionante. Não obstante, ainda é um movimento que representa a opinião da minoria em muitos aspectos e, para "levar a melhor", depende daquilo que os juízes liberais decidirem. "Alguns líderes da direita religiosa se julgam muito mais poderosos do que de fato são", ressalta um veterano republicano. "Por mais religiosos que sejam o presidente e o país, nem um nem outro deseja uma teocracia".

Não há dúvida de que a direita religiosa tem tentáculos mais profundos na equipe de Bush do que em qualquer administração anterior. Há uma "conference call" semanal com os servidores, e Tim Goeglein, o braço direito de Bush junto aos conservadores sociais, participa de todas as reuniões em Washington. Mas a administração de Bush, que é altamente sensível à opinião pública, nem sempre dá à direita religiosa aquilo que ela deseja.

A próxima onda

Este ano começou com um discurso típico. Em janeiro numa entrevista pré-inaugural, o Presidente Bush, citando realidades políticas, mencionou que não faria avançar a emenda federal sobre casamento gay (que precisa de 60 votos no Senado para ser aprovada). O Arlington Group alertou a Casa Branca que "essa atitude derrotista" impediria o movimento de se unir em torno de outras questões polêmicas, como a privatização da previdência social. A Casa Branca prontamente declarou que o assunto era prioridade, mesmo que não conste da lista de dez prioridades legislativas aprovada pelos republicanos no Senado.

A direita religiosa teve algumas vitórias, como, por exemplo, conseguir que fosse proibida a exibição de um episódio de "Arthur", no qual seu amigo Buster visitou um casal de lésbicas, e o fato de o presidente ter voltado correndo de seu rancho para assinar a Lei Schiavo. Mas também amarga frustrações. O Focus on the Family quer que o Departamento de Justiça aja com mais rigor no sentido de fazer cumprir as leis federais contra a obscenidade. A administração quer denunciar só o material mais ofensivo; o Focus queria que começassem a denunciar a pornografia generalizada, o que automaticamente refrearia o problema.

Paradoxalmente, a mesma questão que preocupa os liberais com relação a Bush - ele próprio evangélico - dá a ele um certo espaço de manobra junto aos conservadores sociais. Muitos soldados de sua infantaria vêem o presidente como exclusivo deles e, portanto, invencível. O poder da direita religiosa reside nos escalões mais baixos da máquina republicana, nos encontros com eleitores, e coisas do gênero. Um senador republicano deve resistir, como fez o Senador Mike DeWine, de Ohio, com relação à obstrução. Mas figuras menos influentes, como seu filho Pat, derrotado nas primárias em Ohio, são vulneráveis.

E o que dizer das três grandes batalhas: aborto, casamento gay e Suprema Corte? O argumento do aborto está mudando: Bowman, especialista em pesquisas, aponta um ligeiro crescimento do sentimento pró-vida, o que pode ser atribuído à sombria natureza do aborto "parcial" ou no último segundo antes do nascimento (o que foi banido por lei federal, embora os tribunais tenham derrubado a lei), à ubiqüidade do equipamento de ultrassom e talvez a inquietações relacionadas à fertilidade. Além disso, a oposição da direita à pesquisa sobre células-tronco não é popular. E quando se trata de reverter a Roe versus Wade, decisão da Suprema Corte que legalizou o aborto em todo o País, a opinião pública americana ainda é contra os conservadores sociais; por isso, quando questionado sobre o aborto, Bush sempre sai pela tangente falando em nomear juízes que respeitem a constituição. Tendo levado os americanos um pouco mais para perto da maioria republicana, Karl Rove, o principal estrategista do presidente, não quer desperdiçar nenhum assunto polêmico.

Sobre o casamento gay, a direita religiosa vem colecionando vitórias no nível estadual: emendas definindo casamento como um ato entre duas pessoas de sexos opostos foram aprovadas por maiorias esmagadoras em estados liberais, como Oregon. Todavia, a chance de uma emenda constitucional federal ser aprovada parece ínfima.

A maioria dos americanos rejeita a idéia de alterar a constituição. A Igreja Católica, que ainda está se recuperando de um escândalo de pedofilia, é muito menos contumaz quando se fala em casamento gay do que quando se fala em aborto. Assim também são os jovens evangélicos, que rejeitam qualquer indício de intolerância. Alvo da direita religiosa, os jovens têm sido atraídos para grupos como o Teen Mania Ministries, mas, como salienta Eskridge, os alunos de sua universidade cristã também cresceram assistindo Os Simpsons".

Tony Perkins, presidente do Family Research Council, insiste que esses juízes liberais sairão inadvertidamente em socorro da direita revertendo ou a lei federal de Defesa do Casamento ou um das emendas constitucionais estaduais. A lei do Estado de Nebraska, que recebeu o apoio de 70% dos eleitores de lá, recentemente entrou em choque com um juiz federal. A possibilidade de os tribunais reverterem as decisões populares vai obrigar senadores como Bill Nelson, um democrata da Flórida que enfrentará uma acirrada disputa pela reeleição no ano que vem, a apoiar a emenda federal.

Tanto o aborto como o casamento gay apontam para a centralidade do judiciário, o que Bush está, sem dúvida, conservando. "A idade média dos juízes que o presidente nomeou é de 46 anos", declarou um assessor da Casa Branca num encontro reservado de conservadores sociais. "Têm muitos anos de vida pela frente". Apesar do protesto dos conservadores sociais na questão da obstrução, o Senado concordou com a nomeação de três juízes com pontos de vista sociais extremamente conservadores.

Tudo isso serve de prelúdio à Suprema Corte. Se o presidente da corte Rehnquist se aposentar, a direita está confiante que Bush vai substituí-lo por outro conservador, e provavelmente nomear Antonin Scalia para ocupar a vaga. Mas o que acontecerá se a juíza Sandra Day OConnor, que teve voto decisivo em muitas questões religiosas, também se aposentar? Bem que o Presidente Bush poderia nomear um magistrado um pouco menos conservador para tranqüilizar os moderados.

E assim continua a dança com a administração. Mas não resta dúvida quanto à linha que vem norteando a política americana, sobretudo de uma perspectiva liberal.  Pouco a pouco, a maçã de Land está sendo comida. Será que os democratas podem mudar o quadro?

A defesa

Poderia ocorrer se a direita religiosa se excedesse drasticamente - derrubando a decisão Roe versus Wade ou, mais provável, levando os republicanos para a extrema direita nas próximas eleições primárias presidenciais. Uma das razões por que os índices de aprovação do governo Bush e do Congresso caíram é que a opinião pública americana acha que Bush e o Congresso não expõem suas preocupações.

Além disso, se os números das pesquisas sobre questões de fé trazem algumas advertências para a direita cristã, trazem muitas advertências mais para os democratas. Se é que as últimas eleições provaram alguma coisa, foi que a América média descobriu um partido abertamente religioso muito menos excêntrico que um partido abertamente secular. Poucas linhas deram a Bush uma vitória tão estrondosa nas urnas quanto troçar dos "valores hollywoodianos" de Jerry.

Alguns tipos liberais estão reivindicando o manto da esquerda religiosa. Recentemente, Hillary Clinton fez um discurso se queixando do número de abortos. O novo Clintonite Centre for American Progress tem um projeto de fé e política progressiva. Jim Wallis, um carismático evangélico anti-guerra, autor do best-seller "Gods Politics: Why the Right Gets it Wrong and the Left doesnt Get it", ressalta que o enorme público que ele arrebanha em todo o País é uma evidência de que muitos cristãos querem uma versão de política moral mais variada, em vez de uma política moral que se resume em aborto e casamento gay.

Deve haver algo nisto, mas é difícil ver os democratas assumindo. O pró-vida Casey, na Pensilvânia, é um democrata muito menos típico do que Dean, que acidentalmente citou que o Livro de Jó ficava no Novo Testamento quando concorreu à presidência. Se por um lado os republicanos são o partido dos superdevotos, por outro, um secularismo agressivo tem permeado a política de muitos de seus rivais.

Parece que a direita religiosa não consegue não ganhar. Ou os democratas se tornam cada vez mais seculares, e neste caso a América média continuará votando nos republicanos, ou adotam um pouco de religião, e aí a direita religiosa conseguirá um pouco mais daquilo que deseja.

No saguão de entrada do Family Research Council, há um vestido de noiva com aspecto ligeiramente macabro. Ao lado, a escultura de uma águia acompanhada de um versículo do profeta Isaías: "Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam". A direita religiosa tem um longo caminho a percorrer até que comece a se sentir cansada.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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