Portas Abertas • 20 ago 2005
A campanha em favor dos cristãos dalits (intocáveis) - a mais baixa casta hindu - obteve seu primeiro sucesso. O júri do Tribunal do Povo pelos direitos dos cristãos dalits resolveu, no dia 18 de julho, em Madurai, que "cristãos dalits devem ter as mesmas oportunidades que os hindus, sikhs e os novos budistas dalits têm".
No dia seguinte, a Suprema Corte da Índia decidiu atender a um apelo feito pelo Movimento Nacional pelos Direitos dos Cristãos Dalits contra a lei existente que exclui intocáveis que se convertem ao cristianismo de ações políticas afirmativas - tais como quotas de emprego em serviços públicos - destinadas a ajudar essas comunidades.
Dalits muçulmanos também enfrentam a mesma exclusão: hindus, sikhs e os budistas dalits não.
O Tribunal do Povo foi presidido pelo juiz aposentado da Suprema Corte Justice S. B. Sawant e por Barrister Sona Khan. Algumas das 573 testemunhas de Tamil Nadu, Andhra Pradesh, Kerala, Karnataka e Pondicherry registraram-se para os procedimentos.
John Dayal e Edward Arokia Doss apresentaram as evidências documentais em prol do requerente, o Movimento Nacional pelos Direitos dos Cristãos Dalits, uma organização fundada pela União Católica Toda a Índia, o Conselho Cristão Toda a Índia e a Voz Dalit Internacional.
Entre as testemunhas ouvidas, uma mulher de Cuddalore lamentou que em algumas áreas afetadas pelo tsunami o governo falhou na ajuda aos cristãos.
O júri incluiu advogados, membros do parlamento da União e legisladores do estado de Tamil Nadu.
O diretor Percy Fernandez, o secretário geral da Conferência de Bispos Católicos da Índia e o rev. Jeypaul David, presidente do Conselho Nacional de Igrejas na Índia, enviaram mensagens de solidariedade.
Os dalits representam 60 % dos 25 milhões de cristãos da Índia.
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