Pastor menonita sai da prisão

Portas Abertas • 2 set 2005


O reverendo Nguyen Hong Quang, pastor menonita condenado por resistir às autoridades, foi libertado da prisão no dia 30 de agosto, beneficiando-se da anistia concedida pelo governo como parte das comemorações do Dia Nacional do Vietnã. O líder da Igreja Menonita do Vietnã enfrentou intensa pressão para assinar uma confissão de culpa. O reverendo Quang, condenado em 12 de novembro de 2004, esteve preso em cinco diferentes prisões. De acordo com os menonitas, algumas vezes ele foi abusado pelos companheiros de prisão, que eram recompensados por isso pelas autoridades. Sua saúde deteriorou-se consideravelmente por causa dos árduos trabalhos forçados que executava na prisão da província de Dak Kak, onde sofria freqüentes desmaios.

Certa vez ele foi colocado numa cela cheia de prisioneiros portadores de doenças contagiosas, inclusive Aids. Na última prisão, sua Bíblia foi confiscada. Ele não tinha permissão para compartilhar sua fé com os companheiros de prisão e uma vez foi disciplinado por essa prática.

A sentença do reverendo Quang foi mantida no dia 12 de abril deste ano, quando seu advogado apelou à Suprema Corte. Os líderes menonitas afirmam que o advogado demonstrou que o reverendo Quang e cinco outros prisioneiros eram inocentes.

O pastor chamou sua esposa às 5h30 da manhã de quinta-feira, 25, para dizer que ele tinha sido libertado. Depois de preencher alguns formulários no distrito 2 e na casa de custódia Binh Khann, ele passou pela entrada do que sobrou do seu centro menonita - em 19 de julho as autoridades destruíram parte do prédio, inclusive o apartamento onde morava com sua família, por causa da contestação de uma licença para aumentar o prédio.

Em junho, a esposa do reverendo Quang, Le Thi Phu Dzung, foi eleita líder da denominação. O casal tem três filhos. A alegre reunião da manhã de quinta-feira incluía sua congregação, cujos encontros foram invadidos mais de 80 vezes pelas autoridades que procuravam razões para fechar a igreja.

Todas as tentativas da Igreja Menonita do Vietnã para conseguir o registro, incluindo apelos ao primeiro-ministro do país, não tiveram resposta.

O pastor foi um dos 10 mil prisioneiros beneficiados com a anistia de 2 de Setembro - Dia Nacional do Vietnã. Dos cinco outros cristãos que foram condenados com ele sob a mesma acusação, apenas um, Pham Ngoc Thach, permanece na prisão.

De acordo com o Comitê Vietnã de Direitos Humanos, sediado em Paris, também foram libertados pelo decreto de anistia o padre católico romano Nguyen Thien Phung (também conhecido como Nguyen Viet Huan), o defensor dos direitos humanos Tran Van Luong, e Mua San So, um protestante "hmong" do norte do país. Os dois primeiros estiveram presos por quase 20 anos em um campo de reeducação.

O comitê deplorou o fato de que Van Luong tenha sido libertado apenas 3 meses antes do término de sua sentença, em 9 de dezembro.

A Igreja Menonita tem enfrentado uma série de abusos, de acordo com um testemunho obtido pelo Comitê de Relações Exteriores, que ouviu no Vietnã no dia 20 o missionário menonita Truong Tri Hien, que fugiu do país no ano passado. Ele documentou como os oficiais locais praticavam abuso de poder para atormentar a Igreja Menonita.

Líderes de igrejas domésticas permanecem céticos com a supostamente liberalizadora lei religiosa que convida igrejas não-oficiais a obter seus registros. Desde que foi anunciado o Decreto da Religião, em novembro de 2004, nenhuma igreja aceitou se registrar.

Ainda há dúvidas de que o acordo entre os Estados Unidos e o Vietnã, firmado em maio último para favorecer a liberdade religiosa, produza algum benefício para o movimento crescente de igrejas domésticas no Vietnã.

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