Indonésios não querem o retorno dos conflitos religiosos

Portas Abertas • 3 nov 2005


Apesar da decapitação de três meninas em Poso, as pessoas querem paz e não vingança às vésperas do Eid ul-Fitr, de Sulawesi às Ilhas Molucas. Líderes religiosos pedem a fraternidade durante as celebrações do fim do Ramadã.

A violência que atingiu a Indonésia durante o mês passado não encontrará eco na população; os indonésios estão mais interessados na paz e na justiça do que na vingança. Às vésperas das celebrações do Eid ul-Fitr (festa que encerra o mês de jejum do Ramadã) e cinco dias depois da decapitação de três garotas cristãs em Poso, cristãos e muçulmanos das Ilhas Molucas e de Sulawesi não querem ver qualquer resquício do ódio internacional-religioso passado.

De acordo com fontes oficiais, as coisas agora estão calmas em Poso, no dia do Eid ul-Fitr. O vice-chefe de polícia local Ricky Naldo disse que os policiais, junto com os soldados e residentes, garantirão a segurança à frente das celebrações.

No entanto Muhammadong, um muçulmano de 32 anos de idade, acredita que este Eid ul-Fitr não será tão festivo como no ano passado depois do assassinato das estudantes.

O secretário geral do Conselho dos Ulemás da Indonésia (MUI), Ichwan Sam, disse estar convencido de que as decapitações não provocarão uma nova discórdia inter-religiosa. Depois de se reunir com vários líderes religiosos locais, ele disse que tanto cristãos como muçulmanos acreditam que o crime não teve nada a ver com sentimentos religiosos.

Enquanto isso, a investigação policial dos assassinatos de 29 de outubro continua. A polícia ouviu seis testemunhas e afirmou saber os nomes dos criminosos, mas não pode revelar nenhum detalhe.

De acordo com o reverendo Rinaldy Damanik, que lidera o sínodo das Igrejas Cristãs de Sulawesi Central, os assassinos não são muçulmanos de Poso; eles agiram sob as ordens de um grupo que quer alimentar o ódio religioso na área.

Moviana Malewa, 15 anos, a única sobrevivente da matança, está no hospital com ferimentos sérios no rosto. Sua mãe, Nur Malewa, disse que os criminosos perpetradores da ação querem trazer de volta a violência a Poso, mas é certo que "eles não serão capazes de nos provocar".

Os pais das garotas assassinadas estão lamentando sua perda e pedindo por justiça, não por vingança. Eles exigem que a polícia prenda os culpados imediatamente. "Já estamos sofrendo o bastante", eles enfatizaram.

As Ilhas Molucas e Sulawesi viram uma luta feroz entre muçulmanos e cristãos há pouco tempo. Diferente do resto do país, as duas comunidades religiosas são do mesmo tamanho. De um modo geral, 85 por cento da população indonésia é muçulmana, o que a torna o maior país muçulmano do mundo.

Texto enviado por Daila Fanny.

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