Pastor Hamid obtém permissão para visitar a família

Portas Abertas • 10 nov 2005


Preso há 14 meses por se converter ao cristianismo, o ex-coronel do exército iraniano Hamid Pourmand recebe permissão, desde agosto, para visitar sua família uma vez por mês.
 
Embora o pastor voluntário continue se recusando a negar o cristianismo, uma fonte confirmou a Compass que as autoridades da prisão em Teerã estão agora concedendo três dias por mês para Hamid sair da prisão, aparentemente por boa conduta.
 
O pastor Hamid desenvolveu bom relacionamento tanto com guardas como com presos na prisão Evin, onde muitos de seus companheiros de cela são líderes políticos dissidentes do Irã, incluindo o jornalista Akbar Ganji.
 
Apesar dos relatos anteriores de que haveria apelação da sentença junto à Suprema Corte, fontes agora informam que o advogado dele desistiu de enviar a apelação temendo que ela fosse perpetuamente protelada, dando às autoridades uma desculpa para manter o cristão na prisão.
 
"Muitos presos políticos foram advertidos de que se eles apelassem, seriam enviados de volta para a prisão ou receberiam acusações adicionais contra eles", declarou a Vigilância dos Direitos Humanos em um relatório de junho de 2004 sobre o judiciário iraniano.
 
O advogado de Hamid Pourmand espera que o governo aceite a petição para conceder anistia ao seu cliente no aniversário da revolução islâmica, em 11 de fevereiro, ou durante as festividades iranianas do "Now Ruz" (ano novo), em 20 de março.
 
A polícia prendeu o pastor Hamid Pourmand em setembro de 2004, durante uma batida policial em um congresso geral das Assembléias de Deus, na qual 86 cristãos foram levados em custódia. Todos eles foram libertos quatro dias depois, exceto Hamid.
 
O ex-coronel passou quase cinco meses em confinamento solitário antes de ser julgado por uma corte militar em fevereiro. O tribunal condenou Hamid por enganar o exército sobre a sua religião, violando desse modo a lei iraniana, que não permite um não-muçulmano ter uma posição de autoridade acima de um muçulmano.
 
Hamid organizou uma documentação provando que o exército tinha conhecimento de sua conversão ao cristianismo, mas a corte militar alegou que os documentos eram forjados.
 
A corte militar condenou-o a três anos na prisão Evin, em Teerã. Ainda não está claro se esse tempo inclui os cinco meses que ele já passou na prisão. 
 
As autoridades também demitiram desonrosamente Hamid do exército, cancelaram seu salário e, por violação da lei iraniana, retiraram seus benefícios de pensão acumulados por vinte anos.
 
A esposa e os dois filhos adolescentes do pastor Hamid Pourmand foram expulsos da sua residência na propriedade militar. Sem fonte de renda fixa, sua esposa e o filho mais jovem se mudaram para a casa dos pais dela em Teerã, enquanto o filho mais velho foi para o exterior em busca de estudos universitários.
 
O pastor Hamid enfrentou um segundo julgamento em maio, quando foi levado diante da corte "sharia" (islâmica) na sua cidade natal de Bandar-i Bushehr, sob acusações de apostasia. Conforme a lei iraniana, converter-se do islamismo para uma outra religião exige punição de morte.
 
O ex-coronel do exército foi absolvido das acusações de apostasia, já que o caso havia recebido considerável cobertura da imprensa internacional e da iraniana. As autoridades imediatamente enviaram-no de volta para Teerã a fim de completar sua pena de três anos na prisão.
 
A cobertura local do caso de Hamid Pourmand influenciou a opinião pública no Irã em favor do cristão convertido. Uma carta que Immanuel, filho de Hamid, recebeu de um estudante no Irã contava como um professor havia se referido ao caso durante a aula.
 
"Não é porque ele é uma pessoa má", declarou o professor. "Ele está na prisão porque é cristão".
 
Tortura psicológica

Apesar da opinião pública positiva e da melhora dos relacionamentos com os guardas da prisão, sua permanência lá não tem sido fácil.
 
"As autoridades da prisão não tocaram nele fisicamente, mas realmente torturaram-no psicologicamente", contou uma fonte iraniana a Compass. "Por muitas vezes, os guardas lhe falaram para arrumar suas roupas porque ele iria ser enforcado. Em outros momentos, ele foi forçado a escutar gritos de crianças".
 
Apesar das condições de sua detenção, o pastor Hamid aceita que estar na prisão Evin é a vontade de Deus. E, embora a família esteja feliz em tê-lo em casa todos os meses, eles admitem que estão mais preocupados com a segurança dele nesses momentos em casa do que quando ele está encarcerado na prisão.
 
Os assassinos dos quatro pastores líderes protestantes no Irã, durante meados dos anos 1990, nunca foram levados à justiça. Uma das vítimas, o convertido Mehdi Dibaj, foi morto seis meses depois de completar um período de nove anos na prisão.

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