Desertor norte-coreano revela detalhes dos campos de prisão

Portas Abertas • 1 dez 2005


Um ex-prisioneiro político norte-coreano revelou, na terça-feira, uma lista dos ex-companheiros que ainda continuam confinados pelo regime comunista do país. Ele pediu que fosse dada mais atenção aos abusos de direitos humanos cometidos pela Coréia do Norte.

Kim Chol-sso, que sobreviveu ao campo de concentração em Yodok, 110 quilômetros a nordeste de Pyongyang, testemunhou a morte de muitos presidiários por causa do trabalho forçado e pela falta de comida. Ele também viu um ex-detento ser espancado até a morte por entrar em contato com representantes cristãos na China.

Kim participou de uma coletiva de imprensa usando um pseudônimo para proteger-se das repercussões e também a seus parentes que ainda estão na Coréia do Norte. Ele apareceu usando um chapéu preto e uma máscara de hospital para esconder seu rosto. Kim afirmou que a maior parte das pessoas morre de subnutrição ou de suas complicações. Os prisioneiros, segundo ele, recebem apenas 600 gramas de comida por dia - muito menos do que a necessidade diária.

A lista foi publicada por Kim junto com o grupo ativista Rede de Democracia contra o Gulag Norte-Coreano.

A lista de presidiários inclui 34 ativistas norte-coreanos e outras 82 pessoas, entre as quais estão um diplomata, burocratas e membros do sistema de segurança pública. As identidades dos prisioneiros não foram confirmadas por outros órgãos, mas Kim disse que se lembrava de detalhes pessoais dos detentos da lista porque ele era encarregado de supervisionar os prisioneiros no campo.

Kim notou que alguns presidiários não se entristeciam com a morte dos outros, porque assim eles poderiam ter mais da ração diária se enterrassem o falecido companheiro. Ele contou que uma vez enterrou um homem e recebeu "bastante" comida naquele dia.

A Coréia do Norte afirma que não comete crimes contra os direitos humanos, apesar de todas as acusações de tortura, execuções públicas e outras atrocidades. Acredita-se que o número de detentos por razões políticas nos campos de concentração varie de 150 a 200 mil pessoas.

Texto enviado por Daila Fanny.

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