Portas Abertas • 26 dez 2005
O Natal não é mais celebrado atrás de portas fechadas no Golfo Pérsico. Esse ano, pela primeira vez, os cristãos exilados puderam comemorar fora das igrejas.
Nos Estados árabes, onde o islamismo é a religião oficial, pouquíssimos cristãos podem desfrutar de uma maior liberdade de culto. Enquanto os Emirados Árabes provêem liberdade de religião, as atividades religiosas fora das igrejas sempre foram banidas. Mas neste ano as autoridades dos Emirados abriram mão disso para permitir que houvesse mais liberdade religiosa, além de algumas delas participarem de algumas festividades.
"Já vivemos aqui por vários anos e sempre praticamos nossas cerimônias livremente dentro da igreja", disse um membro católico da igreja de São Josefo. "Mas ter permissão para celebrar fora da igreja é um avanço ainda maior". Esta igreja encenou há pouco tempo uma peça teatral religiosa no centro cultural de Abu Dhabi, a cidade onde está localizada.
Os cristãos estão ganhando cada vez mais terreno para o culto nos países do Golfo, onde o Natal se tornou mais visível, com enfeites em shoppings e em outras zonas públicas.
Milhares de cristãos em Dubai fizeram missas de Natal fora das igrejas e outros em Qatar terão seis novas igrejas construídas, em um terreno fornecido pelo governo.
A Arábia Saudita, porém, tem sua própria versão para o Natal.
Diferente de outros estado do Golfo, não há sinal de Natal na Arábia Saudita, nação que impede todas as práticas não-islâmicas.
Também não há liberdade religiosa neste Estado islâmico, de acordo com o relatório de Liberdade Religiosa Internacional do Departamento de Estado dos EUA. Houve inúmeros dados de perseguição religiosa na Arábia Saudita, que foi designada como um "País de Preocupação Específica". Entre esses dados está o abuso de um professor que foi chicoteado por discutir a Bíblia e louvar os judeus em sua sala de aula. Aqueles que fazem suas próprias cerimônias podem ser presos ou deportados.
Ainda assim, o Natal é celebrado dentro das fronteiras particulares das igrejas ilegais, onde milhares de cristãos oram e louvam.
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