Portas Abertas • 1 jan 2006
O Ministério de Reconciliação Musalaha reuniu há pouco tempo 20 mulheres na Conferência de Liderança Feminina em Petra, Jordânia.
Salim Munayer, um dos coordenadores do projeto, disse que o grupo era composto por uma mistura de contextos. Havia mulheres que nasceram e cresceram em Israel e algumas outras que eram imigrantes que passaram a maior parte da vida adulta lá. Algumas mulheres do grupo palestino nunca haviam conhecido uma israelense.
Salim disse que a primeira lição foi sobre ouvir. Depois de refletir sobre versículos que mostram como Deus nos ouve, foi enfatizada a importância de se escutar uma pessoa até o fim. Elas também reconheceram que todas tinham perspectivas e experiências que influenciavam na maneira de ouvir os outros. Isso é particularmente verdade naquela situação, onde é difícil escutar o outro lado sem ficar na defensiva.
Ele também contou de algumas mulheres que falaram sobre como viram a conferência com hesitação e receio, achando que as reuniões seriam cheias de acusações, disputas e antagonismo.
Em outras sessões foram explorados os estágios que pessoas e grupos experimentam na reconciliação. A personagem dessas sessões foi Abigail, da história de Davi e Nabal, que evitou um conflito sangrento ao tomar atitudes em direção à mediação. Depois de cada sessão eram feitos debates em grupos pequenos, onde as mulheres tinham tempo para explorar os temas e, dessa forma, ter uma visão das vidas, lutas, personalidade e ministérios umas das outras.
Uma participante disse que gostou da conferência porque aprendeu muito com suas irmãs. Outra disse: "Esse grupo não é uma coincidência... Essas mulheres foram escolhidas a dedo por Deus... um encaixe perfeito. Quero estar sempre em contato com vocês. Preciso de verdadeiras amigas".
O último dia da conferência foi interrompido pelas notícias de violência nos lugares em que moravam. Salim contou: "A primeira coisa em que pensamos foi em nossa família e amigos. O grupo foi correndo orar, suplicando a misericórdia de Deus e a cura de nossa terra. Também nos preocupamos com o impacto desse acontecimento no nosso grupo. Será que a dureza de nossa situação acabaria com esse processo delicado que tínhamos acabado de começar? Pelo contrário, a importância da reconciliação e de alcançar essas duas comunidades com mensagens de paz se tornou bem real".
Dessa forma, segundo Salim, aquelas mulheres provaram ser mulheres de ação. Após a conferência houve um desejo real de continuar a comunhão de uma maneira palpável. Todos voltaram animados para suas casas, e já com planos de se encontrarem de novo.
Uma participante comentou: "Apenas quero dizer como foi maravilhoso estar com todas vocês. Oro para que cada coisa que o Senhor fez em nossos corações enquanto estávamos juntas permaneça forte com o passar do tempo... Digo de novo que foi maravilhoso para mim estar junto com vocês, fazer novas amigas e fazer crescer a chama do amor de Deus e da reconciliação que Ele nos deu na cruz."
Salim concluiu: "Neste ano o Senhor nos deu muitas oportunidades de expandirmos o nosso ministério. Foi um ano tremendo de crescimento, na medida em que novas pessoas e grupos compartilharam a nossa visão e participaram dos projetos de reconciliação".
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