Azerbaidjão destrói cemitério cristão armênio medieval

Portas Abertas • 28 jan 2006


Foi relatado que o governo do Azerbaidjão destruiu um cemitério cristão armênio medieval insubstituível na região de Djulfa, da República Autônoma de Nakhchivan.
 
O grupo Preocupação Internacional Cristã (ICC - sigla em inglês), afirmou que o ato de limpeza cultural se assemelha ao espírito do genocídio armênio, considerado uma tentativa dos países muçulmanos na região de apagar da memória a próspera cultura cristã que existiu na região do Cáucaso desde o quarto século.

A mídia local menciona que as autoridades azerbaijanas negam que suas forças tenham destruído o cemitério, dizendo que essas afirmações só visam iludir a comunidade internacional.

Novruz Mammadov, chefe do Departamento de Relações Internacionais do gabinete do presidente, acusou os armênios de passar informações erradas ao Senado e à Câmara dos Representantes dos EUA. Ele diz: "A verdade é que 20% do território do Azerbaidjão foi destruído".

A despeito do cessar-fogo de 1994, o Azerbaidjão ainda tem que resolver seus conflitos com a Armênia em Nagorno-Karabakh, que tem a maioria da população armênia. O Azerbaidjão perdeu 16% de seu território, e deve abrigar cerca de 571 mil pessoas deslocadas como resultado do conflito, de acordo com a Agência de Inteligência Central dos EUA.

Destruição do Taliban

O ICC, porém, sugeriu possuir evidências de que as ações do governo estão "no mesmo nível da destruição do Taliban das estátuas de Bamiyan Buddha (no Afeganistão) em 2001 e a profanação dos cemitérios judeus pela Europa.

"A chocante filmagem da demolição sistemática desse tesouro da herança cristã mundial documenta um deliberado ato de ódio contra a nação cristã há muito perseguida, e - mais amplamente - uma afronta a todos os cristãos em todo o mundo."

O ICC informou, em meados de dezembro de 2005, que 200 soldados azerbaijanos foram filmados, usando marretas para demolir o terreno sagrado da Igreja Apostólica Armênia.

O cemitério é do século VII e já abrigou mais de dez mil cruzes de pedra complexamente esculpidas, conhecidas como "khatchkars".

Profundamente perturbados

Estamos profundamente perturbados pela profanação do cemitério cristão armênio de Djulfa pelo governo azerbaidjano - particularmente a destruição de cruzes de pedras insubstituíveis, muitas com mais de mil anos", disse ainda o presidente da ICC, Jeff King, em uma declaração obtida pelo BosNewsLife.

O ICC disse que o suposto ataque aconteceu depois de demolições em 1998 e em 2002 e que destruíram esse terreno - apagando para sempre um verdadeiro tesouro da herança mundial".

O ICC também critica o Departamento de Estado dos EUA por não se pronunciar sobre o assunto. O Departamento de Estado reconheceu há pouco tempo que a animosidade em relação aos armênios tem forçado a maioria a emigrar, e todas as igrejas armênias, muitas das quais foram danificas nos choques que aconteceram há mais de uma década, permanecem fechadas.

Autoridades dos EUA estimam que 20 mil armênios não podem cultuar em seus locais tradicionais de culto por causa dos fechamentos.
 
Destruição do cemitério

O ICC sugeriu que a destruição do cemitério e a aparente pressão do governo aos cristãos armênios se assemelham à atmosfera que precedeu o genocídio de 1915, quando mais de 1,5 milhões de cristãos armênios, helênicos e assírios foram mortos enquanto o Azerbaidjão e a Turquia procuravam erradicar a memória histórica da próspera presença cristã no Cáucaso e na Anatólia.

O legado armênio cristão nesta parte do mundo data da época dos apóstolos Tadeu e Bartolomeu. A conversão da Armênia ao cristianismo como uma religião de Estado se deu no ano 301, segundo os especialistas. A Turquia, que quer fazer parte da União Européia, é pressionada a reconhecer que o assassinato em massa dos armênios em 1915 foi uma tragédia.

A França aprovou, em 2001, uma lei que reconhece o genocídio armênio, esfriando as relações com a Turquia e pondo em risco um acordo de armas. Pelo menos outras 14 nações, incluindo a Suíça, Rússia e Argentina, também classificaram a matança de genocídio.

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